sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Prece de um ateu

Querido Senhor (Deus, Alá, Shiva, Maomé, Zeus ou seja lá como queira ser chamado), apesar da inexistência de evidências de sua existência eu proponho um negócio a Vossa Imensidão.
Serei seu mais devoto servo, um verdadeiro franciscano (abstinência sexual pode esquecer), que divulgará a sua palavra e seus ensinamentos (desde que o Senhor me envie um  original Seu com assinatura reconhecida em cartório) por toda a Terra. 
Irei pessoalmente encontrar-me com o Sr. Richard Dawkins para convencê-lo de sua existência - fala sério Senhor, essa tarefa é maior do que dividir um oceano!

O que peço é apenas que o ano acabe no dia 30 de novembro e recomece em fevereiro (de quebra extermine o Carnaval) e que a translação da Terra nunca seja completa, de modo que ao completar seu giro ela retorne ao seu ponto de origem e assim sucessivamente, pois quem sabe assim, as promessas patéticas que o Senhor deve ouvir deixem de existir - observe que há vantagens mútuas.

Poupe os cidadãos das mais variadas cidades turísticas (que ao contrário do que eu achava quando estava no lado negro da força, odeiam a invasão dessas formigas das metrópoles), do ataque ensandecido dessas criaturas neuróticas.





Poupe-me dos "Shows da Virada" com seu participantes breguíssimos e completamente sem talento.
Poupe-me das insuportáveis retrospectivas e dos hipócritas votos de fim de ano de artistas televisivos.
E por fim Senhor, poupe-me das patéticas contagens regressivas para mais um dentre os 4,5 bilhões de anos de vida deste desprezível planeta localizado numa galáxia sem graça nos subúrbios do Universo.


SENHOR eu suplico! 
Salve-me da maldição do fim do ano que eu encamparei uma guerra aos meus futuros ex-irmãos ateus.




"Tenho de proclamar a minha incredulidade. Para mim não há nada de mais elevado que a idéia da inexistência de Deus. O Homem inventou Deus para poder viver sem se matar." - Dostoievski



sábado, 25 de dezembro de 2010

Quando eu estou aqui...

Dia 25 de dezembro. Céus...



Não basta imaginar (porque ver sem chance) a múmia paralítica do Roberto Carlos, as reportagens infames (se é que se pode chamar isso de notícia, além do mais, bastava repetir todos os anos os mesmos jornais - com exceção da única boa notícia desse final de ano que foi o "empacotamento" do Quércia) sobre o Natal e os filmes bíblicos "tradicionais", ainda deposita-se sobre esse monte a ridícula da Xuxa.

A cinquentona maluca posando de menina e cantando músicas para anencéfalos é qualquer coisa.

A caixa de entrada lotada de mensagens piegas, repetitivas e simplesmente disparadas pra 'trocentos' remetentes também são excitantes...

Bem, de alguma forma vc foi lembrado no ano... amizades remotas e virtuais... great, as amizades estão cada vez mais "funcionais".

Ok, ok, admito que gosto da reunião com a minha família e da orgia alimentar. Ponto.

Enquanto isso, na CoisaCave...

Patroinha: Querido que cheiro bom, perfume novo?
Coisa: Repelente de insetos.



"Uma vida feliz deve ser em grande parte uma vida tranquila, pois só numa atmosfera calma pode existir o verdadeiro prazer." - Bertrand Russell

domingo, 19 de dezembro de 2010

Natal... de novo...

Cá estamos de novo no fim de ano.
Aquela avalanche de promessas bestas, o desespero em consumir para compensar os 2/3 do ano trabalhando (e se locomovendo ao local do dito cujo) e os outros 1/3 tentando se recuperar, e aquela sensação inconsciente de que perdeu-se mais um ano.

Imagens de um velhinho gordo vestido de roupa de inverno vermelha em pleno trópico, dirigindo um trenó com "típicas renas brasileiras" e colocando criancinhas no colo gritando ho-ho-ho sem ir preso por pedofilia.


Ok, enjoy.
Um 2011 repleto de Prozac e Rivoril a todos.
E que a idéia de uma sociedade para  o Tempo Livre (parodiando Nelson Levy) floresça em vossas mentes.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E então, é porque é "importante" mesmo?!

Sempre achei meio (ou completamente) absurdo gastar os tubos num tênis.
Mesmo sendo um indivíduo razoavelmente "esportista" e portanto nada sedentário, sempre fui o pior cliente pra essas lojas de tênis metidas a besta.
Ainda mais sendo um 'garoto rude' que entra na loja e já vai soltando: "Se for mais de 150 paus nem mem mostra!" (e já acho muito bem pago)



Pesquisas (finalmente) isentas mostram que correr descalço causa menos males do que com tênis, seja lá qual o tipo for. Tem algo num artigo antigo da Science. Sorry, não me lembro onde li outras coisas a respeito, inclusive em português.

Claro que não é novidade que para a molecada (ou os 'nem tanto') é puro status.

É só para registrar a confirmação.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sinal dos (meus) tempos

Fui no médico, sim é incrível, por mais que abomine a classe acabei cedendo novamente.
Apenas rotina.
Antigamente eu ia direto no laboratório e pedia uma saraivada de exames, e claro, me perguntavam se eu era médico. A categoria realmente está mal vista.
Atualmente o 'deus poderoso do jaleco branco' tem que fazer meus pedidos.

Dr: "40 anos, já tá na hora de vermos algumas coisas"
Logo pensei: "Shit, vai me mandar ser enrabado no urologista."


Pediu apenas o PSA no exame de sangue.

Não que tenha a masculinidade concentrada apenas "num ponto", como me parece acontecer com a maioria dos homens que fica apavorado com o urologista "dedudo" (aliás, esse pânico é um tanto quanto suspeito), mas é pela perda de tempo da coisa.

Há uns vinte anos, quando começava na marobagem, conheci um 'tiozão' que treinava pesado há tempos, com a seriedade e a disciplina de um profissional e sem a pressa característica da juventude (sobre jovens imaturos eu recomendo: Luiz Felipe Pondé - mas com cuidado pois ele é bem "reaça"). Pensava que deveria se muito legal "chegar numa idade dessas assim tão bem".

Bem, o PSA decretou que agora eu sou o 'tiozão marombado'.
Ok, dores aqui e acolá, mas como dizia minha bisavó: "Na minha idade vcs estarão de 4!"

O humor agressivo e não politicamente correto é genético.






sábado, 20 de novembro de 2010

O Universo imperfeito só cria um Sagan

Esse mês, Carl Sagan faria 76 anos.
O mais querido dos ateus é reverenciado por praticamente todas as religiões, e já tem o seu segundo Carl Sagan Day.



Em seu livro "Universo Imperfeito", Marcelo Gleiser o cita umas dúzias de vezes, inclusive nas dedicatórias.
Gleiser ficou conhecido pelo público leigo por apresentar duas séries na rede Globo e narrar uma outra no Discovery.



Sagan parece que ganhou um discípulo brasileiro, na linha dos cientistas que defendem uma nova ciência, mais popular e menos pretenciosa, mas não menos comprometida com a realidade - dentro do que podemos medir e evidentemente dentro de determinados limites.

Dizer que "Universo Imperfeito" é totalmente para leigos é um pouco exagerado. O "leigo" que ele cita é alguém sem os mesmos requisitos matemáticos de um físico teórico, mas com razoável conhecimento de ciências e uma boa capacidade de extrapolar o senso comum e "aquilo que os sentidos podem captar".

Nesta sua obra, Gleiser narra todos os avanços da física de partículas e cosmologia até pelo menos 2 anos atrás, e defende a idéia de que a busca por uma teoria geral de unificação é o 'monoteísmo científico', ou seja, resquícios de influências religiosas na ciência.

Em suas alegações, cita as imperfeições e assimetrias do universo, afirmando - e com razão - que a natureza sempre se desdobrou e se transformou graças a elas e não a uma beleza e simetria platônica.

Nosso compatriota se diz um cético e em várias ocasiões criticou a postura dos "4 Cavaleiros do Apocalipse" (Richard Dawkins, Sam Harris, Daniel Dennet e Chritopher Hitchens), e para ele, a ciência deveria oferecer uma alternativa para as crenças que defendem um criador, um propósito para a vida inteligente, conexões causais da nossa existência, etc.

Curiosamente me parece que ele deu mais munição ainda a Dawkins, pois o que ele "deixa para Deus" é ser um criador estúpido e relapso, demonstrando claramente que o espaço deixado para Ele no conhecimento atual são uns poucos segundos após o Big Bang.

Acho que ele se diz cético para não confrontar demais o público "convencional", pois em diversas partes do livro ele escreve claramente sobre a completa impossibilidade da teoria de um criador e de alguma evidência para que tenhamos sido criados "com algum propósito".

Mas na linha dos defensores da comunhão da humanidade com o universo e de uma sociedade mais solidária e defensora do planeta acho mais interessante o Fritjof Capra, apesar de seus inúmeros críticos.

Mas para quem acha que de alguma forma Gleiser abre espaço para a perda de credibilidade da física teórica, num capítulo ele escreve: "...se alguém acha que algumas leis físicas dão  espaço ao relativismo cultural, eu sugiro que pule do alto de um telhado..."






sábado, 13 de novembro de 2010

O ócio...

Puxa, ando tendo várias idéias para escrever, mas nenhuma vontade em ir as vias de fato.
Sabe como é, a preguiça, ócio, procrastinação, enfim, a vagabundagem mesmo.

A saída da mundana capital paulista tem vantagens e desvantagens.

Começando pela primeira, já cito a ausência de pressa, a quase extinção do stress, a redução drástica da ansiedade desnecessária, o ar infinitamente de melhor qualidade, a inexistência do estranho calor calcinante do centro (tipo "Não Verás País Nenhum" mesmo), o esquecimento do sentido da palavra trânsito, praias, cachoeiras, reservas ecológicas, trilhas pra motoca, silêncio, silêncio, silêncio, silêncio e, finalmente, silêncio.


Uns amigos me disseram que estavam com inveja e outros que "um dia chegam lá".
Respondi calmamente que eles sabiam o quanto eu não era milionário (muito pelo contrário) e que tudo o que é delicioso aqui é absolutamente de graça.

Mas claro, desculpem a expressão e a linguagem, tem que ter culhão para largar a pocilga.

Aff, já me deu sono... a minha wi-fi por aqui da prioridade a rede, não a local ou a net, mas a rede mesmo.


Ops, esqueci das desvantagens...
Bem, não me ocorre nenhuma agora.


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Mais um ponto pra marombagem


Sempre desconfiei, mas aí vai uma avaliação mais profissional...
Por Ricardo Fonseca
CREF 047643-G/SP

Eficiência da Musculação no tratamento de Hérnia de Disco

Vários estudiosos consideram a hérnia de disco um distúrbio de pessoas sedentárias. Eles partem do pressuposto que a inatividade física estaria relacionada direta ou indiretamente com dores na coluna; a maior parte da atenção dirige-se a considerá-la um subproduto da combinação da falta de aptidão músculo-esquelética e uma ocupação diária que força a região acometida. 

Outros fatores podem conduzir a uma hérnia de disco, como: traumas, infecções, malformações congênitas, doenças inflamatórias e metabólicas, neoplasias, distúrbios circulatórios, fatores tóxicos, fatores mecânicos e psicossomáticos.

Décadas atrás devido a um consenso fundado em crenças de que os exercícios poderiam causar estresse e esforço indevido na região lesada e, assim, intensificar a inflamação, um número considerável de pesquisadores acreditava que a musculação seria um recurso inapropriado para o tratamento de pacientes com hérnia de disco. Graças às novas pesquisas científicas, já se encontra bem estabelecido o tratamento da dor decorrente da hérnia de disco. 

Trata-se de um programa de reabilitação que inclui exercícios resistidos (musculação). Os resultados têm sido positivos.
Pesquisas em pacientes conseguiram comprovar diminuição da dor, restauração da flexibilidade e restabelecimento do equilíbrio entre a força e o comprimento dos músculos ao redor da articulação. Exercícios terapêuticos, como o treinamento de força da musculatura da coluna, têm produzido resultados importantes pois o retorno da capacidade funcional torna-se mais rápida. 

Quando uma pessoa descobre que está com hérnia de disco ela passa a ficar inativa para se recuperar. Embora haja redução da dor, o “ficar” parado leva ao descondicionamento físico, perda de minerais, transtornos psicológicos e perda da motivação. 

O objetivo do tratamento com musculação consiste em restabelecer a estabilidade da coluna vertebral comprometida com a ruptura da estrutura discal, não bastando minimizar a dor, mas sim restabelecer o equilíbrio da unidade funcional. 

Os exercícios de fortalecimento da musculatura, minimizam a dor, previnem protrusões futuras do disco, melhoram a nutrição do disco intervertebral, aumentam a difusão passiva de oxigênio e diminuem a concentração de hidrogênio. 

Quando o paciente minimiza seu quadro clínico de dor, por meio do treinamento com exercícios resistidos, se beneficia por não correr os riscos pertinentes de uma cirurgia, não só trata o disco enfermo, mas também aprimora as duas principais aptidões físicas relacionadas à boa execução das tarefas da vida diária: a flexibilidade e força. A melhora da condição cardiorrespiratória e o abrandamento de recidivas são outros fatores positivos quando se utiliza a musculação como um dos pilares no tratamento desses pacientes.

Os exercícios resistidos são efetivos para o tratamento da hérnia de disco e benéficos quando se fala em retorno natural ao cotidiano da vida, incluindo o trabalho. Devido ao treinamento terapêutico com pesos, o paciente necessita de pouco repouso, adquirindo maior qualidade de vida.





sábado, 23 de outubro de 2010

A (i)lógica bizarra das crendices

Um amigo meu espírita (sim eu gosto de algumas dessas criaturas cheias de crendices) passou por aqui numa sexta-feira na hora do almoço.
Recém desempregado, resolveu visitar seu amigo desocupado ("desempresário" de nascença).

De cara eu já lhe disse que o ócio lhe fez bem e seu bom humor é notório.

Divagamos muito sobre trabalho, vida, tempo, mudança de paradigmas e por aí vai. Coisas que somente quem tem tempo pode fazer.

Sabe-se lá porque caímos no tema suícidio, em que ele me explicou (se é que isso pode-se chamar de explicação) que para os espíritas quando a pessoa se suicida, sua alma vai para não sei aonde (tipo um purgatório ou coisa parecida - me esqueci o nome e nem vou me dar ao trabalho de pesquisar esse tipo de assunto patético).

Perguntei a ele se alguém que fosse um alcoólatra contumaz podia ser considerado um suícida. Ele me disse que vários autores, médiuns ou seja lá o que for acham que sim.
Me disse que vários hábitos conscientes ou não que provocam a morte prematura (veja só) condenariam a alma a essa passagem.

Aproveitei para perguntar se um sujeito que trabalhasse ardualmente como se fosse um faraó (negando a morte, perdendo tempo precioso, diminuindo sua expectativa de vida e provavelmente querendo se enterrar com suas "conquistas") também poderia ser enquadrado nessa categoria.

Bom, como a lógica era inquestionável, foi forçado a concordar.

Acho que estou catequizando mais uma "alma" para adoradores do ócio e portanto, da vida.
E obviamente, o purgatório, ou seja lá o que for, deve estar sem vagas.



sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lennon

Há uns 2 dias Lady Gaga disse temer morrer como John Lennon.
Patético, alguém só a mataria se tivesse um ataque de bom gosto.

O assassinato de Lennon há 30 anos me faz lembrar do tratado sobre caráter de Wilhelm Reich, principalmente em seu "O assassinato de Cristo".
Mas Lennon também me remeteu a uma música sua que coincide com certos momentos que passei e estou passando.

Quebrar os paradigmas e se arremessar fora do establishment é audacioso, e apesar de gerar algumas doses de culpa e angústia, abre universos inexplorados, mas é certo que é muito mais incômodo e perturbador para os que nos cercam e que são imersos nessa ideologia do trabalho e acúmulo.

Essa música foi escrita quando Lennon largou a carreira no auge e disse que não queria mais fazer nada além de ficar em casa pelado e curtindo o filho.

Esse tipo de ação inofensiva mexe muito com essa sociedade, e em muitos casos deseja-se extirpá-la ("O assassinato de Cristo" - Wilhelm Reich), onde "assassinar/extirpar" pode ser um ato figurado de multiplas faces ou até mesmo ser a eliminação física própriamente dita.

Quando perguntaram a Mark Chapman porque matara Lennon, os motivos foram bastante confusos.

Tradução meia-boca da internet:

Watching The Wheels


As pessoas dizem que eu sou louco por fazer o que faço
Bem, eles me dão todos os tipos de conselhos para me salvar do fracasso
Quando eu digo que eu estou o.k, bem, eles olham para mim de um jeito estranho
Com certeza você não está feliz agora que você já não joga (mais) o jogo
As pessoas dizem que eu sou preguiçoso fazendo de minha vida apenas sonhos
Bem eles me dão todos os tipos de conselho feitos para me iluminar
Quando eu lhes falo que eu estou bem assistindo sombras na parede
Você não sente falta do menino daquele tempo grandioso, que você não é mais?

Eu estou apenas sentado aqui olhando o movimento
Eu realmente adoro ver o movimento
Já não monto no carrossel
Eu apenas tive que deixar rolar

Ah, as pessoas fazem perguntas, perdidas em confusão
Bem, eu lhes digo que não há problemas, só soluções,
Bem, eles balançam suas cabeças e me olham como se eu tivesse perdido a razão
Eu lhes digo que não há nenhuma pressa
Estou apenas sentado aqui "fazendo hora"

Estou apenas sentado aqui olhando o movimento
Eu realmente adoro ver o movimento
Já não monto no carrossel, apenas tive que deixar ir
Eu apenas tive que deixar rolar
Eu apenas tive que deixar rolar
Eu apenas tive que deixar rolar


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Um ofício na informática lascada

Recentemente me encontrei com um jovem amigo - nunca pensei que alguém nascido no fim da década de 80 falasse - que me perguntou intrigado e espantado se de fato eu largaria a informática.
Seu espanto para mim não é novidade.
Até os desconhecidos ficam desconcertados com alguém que não quer mais trilhar a rota da "área nobre do mundo".

Mais espantados ainda ficam quando sabem que eu recebo bem pelo pouco que faço e "manjo pra cacete" - opinião de terceiros, não a minha.

Qualquer um que gosta de criar, divagar e ter um trabalho construtivo muito mais do que lucrativo vai entender.

Desde o início do século (fica bem dramático não?!), desenvolver software não tem a mesma graça e virou linha de produção.

Meu primeiro computador (com 11 anos), foi montado (montado mesmo! soldando componentes, construindo gabinete e adaptando a TV P&B da mãe) a partir de um kit da revista Nova Eletrônica (NE nº  56 de 1981 que ainda tenho!).


Tinha os íncriveis 8Kbytes de memória e um super gravador cassete pra armazenar os programas, sem falar nos excelentes 64 x 44 pontos de modo gráfico!




Software nunca existiu sozinho, era coisa de "eletrônico maluco", e sinceramente, foi graças a essa mediocridade maníaca da especialização é que virou uma "carreira".

Os bons desenvolvedores eram bem malucos, meio hippies e nada tinham de nerds ou geeks.
Nerds são os novos CDF's, e de inteligência aí não existe nada, exceto o bom desempenho burocrático acadêmico.
Geeks são apenas mauricinhos consumistas.

Para se ter uma idéia, um dos editores da NE foi o grande Cláudio César Dias Baptista, um dos criadores dos Mutantes, aliás, foi dele o fantástico "Curso de Áudio" publicado na mesma revista.

Criar qualquer coisa complexa em assembler era uma tarefa bem doida e muito divertida.
Cada um fazia de um jeito e depois confrontavam-se as soluções pra ver de que maneira mais criativa alguém havia chegado lá.

Jogos com o Z80 era um desafio (citei o "Combate Aéreo" num post antigo)!
Fazer as "fantásticas" naves (de quadradinhos) dispararem ("-") contra mísseis ("A") ou antingir os possos de petróleo ("$") no solo com as bombas ("*") era uma viagem!


O Basic veio pra dar uma ajuda.
Como qualquer outra linguagem de alto nível facilitava algumas partes, mas criar algo era sempre lúdico e desafiador.

Depois vinha a parte da eletrônica.
Adaptar um circuito qualquer para acender uma lâmpada ou programar a batedeira da mãe pra ligar e desligar num determinado horário.

PLC, iHouse, casa inteligente...você acha isso novidade?! Bullshit!

E por favor, não me venha dizer que aquele seu filho, primo ou seja lá o que for "entende tudo disso" porque baixa e instala/desinstala isso ou aquilo ou troca as "pRaca"...  qualquer símio bem treinado faz essas coisas.

Mas enfim, a produtividade e a lucratividade atropelaram a criação e a diversão.

Agora eu quero outro ofício.




segunda-feira, 4 de outubro de 2010

De novo não

Terei que ir votar de novo... uma chateação.
Minha total desmotivação política começou já faz alguns anos. Insultem-me do que quiser.
Bons tempos os de manifestações de "Primeiro de Maio" e das "Diretas Já"...

Na previsível eleição do Tiririca, o pior foi ouvir os comentaristas políticos dizendo que isso era uma expressão de protesto.
Patético superdimensionamento da inteligência popular.

Mas para minha satisfação, nos estágios iniciais do pré-eleitoral, no período durante a votação e praticamente nas 24 horas posteriores, o Nickelodeon nos presenteou com a fantástica "48 horas de Bob Esponja".

Thank's Bob!


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Hoje é sexta! Eu posso!

Mocréia está na moda.
Não tem jeito, elas estão dominando o mundo!
Claro que podemos discutir cientificamente sobre a diferença de baranga e mocréia, mas tenho cá minhas dúvidas se há diferença.

Vou me dar o direito de exercer meu chauvinismo... só um pouquinho vai!?

Olha isso!


Angela Bismarck
Mulher Pera
Geise Arruda
Mulher Melancia



Larissa Riquelme


Se for eu continuar...
Vou pular pra categoria daquelas que a gente comia por que tomou um banho de loja, mas que são sem graça pacas.

 Juliana Paes
 Angélica
Cléo Pires

Dessas a televisão e o Photoshop estão cheios...

Também aproveitei pra perguntar pra uns amigos se era só eu que não gostava, mas eles também acham que não é lá essas coisas e daí sai a líder da categoria:

Gisele Bündchen 
A belas no contexto geral não podiam faltar, mas a foto da patroa eu não posso colocar porque ela não deixa :o). 
Olha que imagem.
E nem precisa de melão de silicone, botóx e "lábios de boquete".

Olivia Wilde (a Treze do House)
E um grupo de quarentonas que arrebenta!

Tery Hatcher (vishi, pra essa eu cozinho, lavo e passo!), Eva Longoria, Felicity Huffman, Marcia Cross e Nicollete Sheridan.

A pedidos, uma brasileira na lista (e tem muitas!).

Milena Toscano


Realmente futuro é uma ilusão

Temos eleição domingo.

Qualquer paralelismo entre o possível estouro nas urnas do Tiririca e "Nosso Lar" ser o mais caro filme nacional não é mera conincidência.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mais

Mais "cultura de seriado"...

Da mãe do Charlie (Two and a Half Man): "Deus nos deu filhos pra que a morte não seja uma opção tão ruim."

AHAHAHAHA!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

House

Para quem gosta do 'hiper-realista' e "viciado em sinceridade arrasante" House, encontrei uma coisa curiosa.
Lançaram um game sobre a série.

House me parece ser um DDA... só resolve as coisas quando está divagando sobre outras e/ou exercendo o ócio.

Mas como gamer fanático desde o "Combate Aéreo" pra ZX81 (bem anterior ao Space Invaders), digo que o jogo, ao contrário da série, deve ser uma mer$@!

sábado, 25 de setembro de 2010

A MEDICINA DE TCHEKHOV

É muito bom!
Cortei para ler depois e se passaram meses... hehe, coisa de DDA...
Simplesmente reproduzirei aqui.

LUIZ FELIPE PONDÉ* (FOLHA DE SÃO PAULO – 28 junho 2010)
 
HÁ 150 ANOS, o escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904) nascia. Médico, Tchekhov tinha um sentido aguçado para a miséria concreta da vida humana. Partilho com ele de um grande ceticismo com relação à crença cega no progresso, tão comum entre os tolinhos de hoje em dia.
 
Qual a visão de mundo de Tchekhov? Qual é a marca profética (comumente referida na crítica especializada) dos autores russos do século 19 com relação à modernização? No caso de Tchekhov, contra o delírio de autossuficiência moderna, essa marca está na sua visão de que a humanidade vive contra um cenário infinito que ultrapassa cada um de nós e a cada “era histórica”, retirando-nos a possibilidade de avaliar o verdadeiro sentido de nossos atos. Apenas aqueles que viverão 500 anos depois de nós poderão, talvez, ver algum obscuro sentido em nossas vidas.

Ao contrário dos “ocidentalizantes” (termo comum na Rússia do século 19 para descrever os que abraçavam o avanço moderno sem dúvidas), que se viam como donos do próprio destino, Tchekhov logo percebeu que a modernização seria apenas mais uma experiência, como tudo que é humano, de fracasso com relação à posse do destino. Contra o ridículo orgulho moderno, ele vê que a modernidade seria uma série de encontros e desencontros com as eternas sombras do humano. Quais seriam as sombras “modernas”? Os ganhos sociais (a superação do “chicote”, como dizia Tchekhov, um descendente de servos) e técnicos (os ganhos da medicina no combate, por exemplo, à cólera, que tanto ocupou sua vida de médico de província) que cobrariam um alto preço (perda dos laços comunitários, mergulho na desumanização instrumental em busca de uma vida melhor, “bregarização da vida”), representado de forma cirúrgica em sua obra.

Esta paciência para com o obscuro sentido de nossas vidas é atípica em uma época como a nossa, marcada pela impaciência com o vazio da vida. Fingimos que sabemos o sentido de nossas vidas, vendo-o como sendo o “avanço” ou o “progresso” técnico, ético e social. Para cada avanço, um afeto se esvazia sob o dilaceramento das relações (burocratizadas) que se dissolvem no ar. Os afetos e não as ideias nos humanizam, e afetos não são passíveis de uma geometria do útil.

É exatamente da inutilidade dos afetos que fala Tchekhov em peças como “Tio Vânia” ou “Três Irmãs“, nas quais as pessoas são tragadas pelos avassaladores detalhes da vida numa marcha cega em direção ao desperdício da sensibilidade humana. Na peça “A Gaivota”, uma infeliz gaivota abatida torna-se metáfora de todo o drama: assim como é abatida uma gaivota (pelo diletante desejo humano da caça), somos todos abatidos ao longo da vida, por diletantismo do destino. Entretanto, que os tolinhos de plantão não pensem que um grande anatomista da alma humana como Tchekhov pensaria bobagens como “se não matarmos gaivotas o mundo será melhor”.

É no confronto com as contradições internas da sua obra que podemos perceber que Tchekhov não era um “tolinho progressista” que acreditava numa humanidade higienizada de suas misérias morais.

No conto “O Homem Extraordinário” , um homem insuportavelmente honesto, reto e justo (o “insuportável” fica por conta da fala de sua esposa na agonia do parto) destrói a possibilidade da vida cotidiana, em nome de uma vida absolutamente ética: sem luxos, sem desperdício, sem abusos. Este homem extraordinário dificilmente abateria gaivotas por diletantismo, mas, no lugar do diletantismo da caça, ele asfixiaria a respiração humana sob a caricatura morta de uma vida corretíssima.

No “Jardim das Cerejeiras“, uma família da pequena aristocracia rural russa empobrecida, dona de uma propriedade com um jardim de cerejeiras, perde a posse das terras para um descendente de servos, agora livre, burguês e crente no futuro. No lugar deste velho e inútil jardim será construído um loteamento de férias para a “classe média” vir com seu direito brega à felicidade e seu amor ao “futuro”. 

Pois é ele, o habitante brega desses loteamentos, o herdeiro da Terra e dele será o reino dos céus. 


* Atualização: o Pondé é um reacionário de merda e no meio acadêmico é geralmente desprezado, mas eventualmente se lê dele algo razoável.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Breaking the law*


Há uns dias peguei um pote de sobra de massa de bolo batido e tasquei o dedo pra lamber os restos.
Delícia!
Relíquias de uma época em que isso era divertido, gostoso e não era assombrado pelos fantasmas das 'bactérias' e 'germes'.

Eu e meus amigos jogávamos bolinha de gude no chão de barro e tomávamos água da torneira quando dava sede. Sem copo, na mão mesmo. Estamos todos aqui, e diga-se de passagem, mamãe Coisa nunca pensou na criatura de quase dois metros que as "bactérias" iriam ajudar a criar.

Fim de semana era a loucura de descer a serra de bicicleta e na volta tomar uma "tubaína" com as moedas do bolso. Ninguém foi sequestrado, estuprado ou morto... outras épocas alguns irão dizer... sim, época com menos paranóia, com moleques que ouviam 'não' mas sabiam se defender.

Quando queríamos nos aventurar mais longe pegávamos o "busão" (saíamos da terra do presidente) pra jogar fliperama na Xavier de Toledo, perto do Mappin. Vários e vários minutos namorando as máquinas, jogávamos uma ou duas fichas (a única quantidade que podíamos comprar) e íamos embora realizados.
Na época era proíbido para menores, não sei se ainda é assim.
Mesmo nesse "antro da perdição" ninguém virou um junkie. Ou pelo menos, quase nenhum. :o)

Estávamos indo da sétima para a oitava série, já eramos "quase adultos". Nos dávamos o direito de levar aquele gravador cassete com trinta pilhas pra "rolar" o British Steel do Judas Priest* no meio da aula. Os "metaleiros da pesada" acabavam cedendo às professoras, coisa de respeito, certa disciplina.

Mas estávamos bem, afinal, ouvíamos clássicos e não Justin Bibas (que não vai virar clássico nem para a mãe dele) da vida - "coisas" como forró universitário e sertanejoromanticobrega eu nem vou citar - e muito menos, pois nem existia, deixávamos celulares ligados.

Já nessa época meus amigos sempre diziam que eu tinha algumas moedas a mais por causa dos bicos. Eu era o mais pobre da turma mas desde os 13 anos já "consertava uns toca-fitas" pra descolar um troco.
E depois gastava tudo no Jumbo Eletro ou no Mappin com uns LP's ou na Santa Efigênia (um dia ela não foi uma sucursal de Cuidad del este) com 'tranqueiras de eletrônico'.

Como bom hiperativo, não só fazia as aulas de educação física com prazer, mas completava todos os outros dias da semana com treinos de outros esportes. Um bodybuilder começa cedo! :o)

Olhando meus amigos quarentões hoje, vejo que não mudamos nada.
Cabelos "prateando", a maioria com suas "saliências abdominais", mas no fundo, todos iguais.
Um "revestimento de homem de família" foi instalado na maioria, um verniz que acharam necessário passar para atender aos anseios da sociedade.

Numa inversão de valores bastante sintomática, algumas "patroas" deles dizem que "fazem amor" e "amam dinheiro".

Informados da minha mudança, que há tempos ensaiava, me indagaram "horrorizados" sobre o que eu faria no litoral. Em termos de trabalho, uma atividade abominável que todos foram catequizados para "gostar", eu disse: "Nada como sempre. Ou no máximo, o mínimo."

Presenciei reações bastante engraçadas e adversas.
Como em "Revolutionary Road", alguns se sentiram traídos, outros ofendidos, alguns surpresos. 
Apesar de nunca ter estado propriamente neste esquema, a grande expressão de olhos arregalados era: como eu deixaria para trás as 'maravilhas' da metrópole, das corporações, da competição e, claro, dos hospitais?
No fundo, tudo o que eles sabem que não tem sentido.

Projetavam o medo deles como para um navegador do século XIV que iria até o "fim do mar"  numa Terra, claro, plana.

Lembrei a eles que "Vida Besta" do Premê ("...pensando no futuro comprei um terreninho no cemitério...") também passou pela nossa época e "Ouro de Tolo" do Raul também.

Sudosismo? Imaturidade? Complexo de Peter Pan?
Não, apenas a realidade de que são as "idiotices" que sempre nos deram boas sensações.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Muitas aspas, algumas lágrimas

Voltei a pouco da cremação de Maria Lúcia.
Filha mais nova entre 4 irmãos, dentre eles, minha sogra, o ex-ministro e a ex-procuradora da república, morreu doente e com dificuldades financeiras.

Era considerada a "burra e problemática" por eles, afinal não tinha "sucesso" como os irmãos ilustres.

Para mim, que viu de fora já que não sou parente, era a mais inteligente e que melhor ouvia os outros (na melhor concepção da palavra). Mulher bonita, de olhos claros e fala agradável.
Postou aqui um comentário pra mim uma vez.

Ver a ex-procuradora se descabelando sobre o caixão, muito mais do que hipócrita, foi ofensivo.
Uma forma clássica e oportunista de aproveitar a culpa como marketing pessoal.
Do alto de seu "sucesso", títulos, condecorações e muuuuuuito dinheiro, deixou a irmã abandonada à míngua.

Solitária, "azeda" e nitidamente infeliz, criou um clone seu, que com muito "sucesso" está trilhando sua vida na diplomacia.
Não por coincidência, terminou um casamento em 2 meses com um cara de "sucesso" que era seu "amado" desde a faculdade.

Pessoas de "sucesso" não tem muito tempo para o aprendizado da arte de se doar.

O ex-ministro, claro, não foi avisado já que estava na Itália passeando e não podia ser incomodado com esses assuntos "desprezíveis".
O "grande" homem, aliás, dá broncas homéricas na mãe (uma senhora de 92 anos) por bobagens da infância, e por pouco, muito pouco não abandonou a mesma à própria sorte.
Com certa idade, câncer, aparentemente solitário e amargo, está se deparando com a realidade da "importância" (se é que me entende).

Fiquei realmente triste pela Lúcia e a situação em que ela "acabou".
Mais triste ainda pelo seu filho, um mestiço de 'japa' jovem e muito bacana, que já não bastasse ter achado o pai morto, encontra a mãe da mesma maneira.

No fim da "cerimonia da hipocrisia", a ex-procuradora conforta (se é que ela é capaz disso) o rapaz, e fiquei imaginando as entrelinhas: 'Pode contar comigo pra qualquer coisa meu filho. Abandonei sua mãe faz muito tempo, por isso conte comigo e minha culpa".

Para obter o "sucesso" é necessário muita dedicação eu concordo, mas devido à limitação intelectual inerente a nossa espécie, todos os recursos e o tempo são dedicados a isso, e afeto, solidariedade e outros valores éticos não estão inclusos nessa formação.

Aliás, não ter valores éticos é um pré-requisito para o "sucesso".

Não é novidade pra mim, apenas mais uma constatação, um reforço de que prefiro ser um cara "fracassado".

sábado, 11 de setembro de 2010

Foi mal

Um casal de amigos voltou da Itália e veio animado nos mostrar as fotos.
Bom, odeio viajar então sou um sujeito suspeito pra me animar com essas coisas.

Mas completamente distraído (novidade para um DDA) estava observando as tais fotos quando sabe-se lá porque associações mentais perguntei ao meu ilustre amigo: "Nossa, porque esse entulho estava aqui?".
Ele caiu no riso e me disse: "É a entrada do Coliseu".

Talvez estivesse pensando no que ele havia comentado sobre a Itália quando chegou, sobre a sujeira, desorganização e hotéis meia-boca.

Mas antes que eu seja apedrejado e queimado em praça pública pela ignorância e tudo mais, pense apenas em ver algo sem a 'obrigação' de dizer que é maravilhoso, histórico e blá, blá, blá.

Acabamos por discutir se história é algo realmente importante e se alguém que veja essas tais 'maravilhas' tenha alguma noção do porque e como aquilo foi construído e quais as razões daquilo ainda estar de pé.

Esqueça do lugar comum e da necessidade quase religiosa de dizer que acha a Capela Sistina maaaaaaaaaaaaaraaaaaaaaaaaaaaaviiiiiiiiiiiiilhosa.

Convenhamos, a Torre Eiffel é a coisa mais kitsch que existe e não tem nada a ver com o local (os parisienses eram contra a sua construção).

O nosso Cristo Redentor então, pelamordedeus! Se o pai do homenageado existisse ele teria provocado um terremoto pra derrubar essa coisa.

Perguntei a meu amigo se ele de fato gostava de viajar (que obviamente acarreta em não usar a sua cama, esperar avião como trem de subúrbio, correr o risco de perder os pertences nas bagagens, ser sempre o babaca que vai tirar fotos "segurando" a Torre de Piza e comprar um monte de porcarias que se acha na 25 de Março) ou era pelo prazer de colocar as fotos no Orkut pra dizer o 'quanto sou chique e culto'.

Sabe aquela coisa de colocar no Orkut "minhas férias na Disney"? Sim, babaquíssemo.
Tudo o que se faz é para os outros. Como sou visto pelo grupo.
Tipo, 'se sou feliz tenho que fazer barulho e anunciar isso'. Bastante suspeito.

Ter a obrigação de achar a Mona Lisa "um espetáculo" também.

Não estou fazendo apologia à ignorância, mas acho que toda forma de avaliação de algo porque é "a lei do Oeste" não é lá muito inteligente.
E tudo o que se faz para o merketing pessoal da felicidade e do sucesso é bastante mediocre.