sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz ano novo na idade das trevas pós-moderna

Este fim de ano, 'travado' por meus problemas de discos intra vertebrais, resolvi assistir, de novo, Cosmos, do brilhante Carl Sagan.

Obtive uma versão comemorativa e atualizada há uns anos, pois só lembrava de fragmentos assistidos ainda na adolescência, quando acordava cedo aos domingos e esperava ansioso pelo início.

É sempre uma poesia e uma viagem assistí-lo.

Continua emocionante e com a mesma visão 'espiritualizada' da astronomia que somente Sagan conseguia fazer, sem ficar piegas ou falsamente mística. Sua condução gentil, não conflituosa e não provocativa (a não ser no intelecto), mas sem perder peso em sua argumentação, é o retrato de um dos mais renomados e respeitados astrônomos do mundo moderno, que sempre foi reverenciado não só por cientistas mas por líderes religiosos dos mais variados tipos, mesmo sendo um ateu (no sentido de um Deus criador) assumido.

Fiquei conjecturando o tamanho da importância de sua iniciativa, influenciando gerações de pessoas ligadas ou não à Física à buscar o conhecimento de maneira mais imparcial possível, com os rigores da ciência moderna e ao mesmo tempo com uma profunda relação de comunhão com o universo.

É curioso, mas ainda vivemos numa idade das trevas nas ciências da vida.

A educação continua atrelada ao século XIX, com 'pinceladas' mal feitas de atualizações.

As ciências do século XX em diante são simplesmente ignoradas, sendo apenas repaginadas dentro do conceito utilitário do nosso arcabouço educacional, que mal assistida pelo jornalismo de massa, que a 'interpreta' toscamente, chega aos ouvidos dos leigos e especialmente dos nossos jovens de maneira tropega e repleta de vícios.

Me espanta a quantidade de amigos com (suposta) boa carga educacional que simplesmente desconhecem completamente a física moderna, atirando pérolas como "como algo pode ser duas coisas ao mesmo tempo?" (numa 'interpretação' ridícula de conceitos partícula/onda), ou "os cientistas não sabem nada já que eles mesmo dizem não poder ter certeza de não influírem nos resultados" (outra 'interpretação' ridícula do princípio da incerteza e talvez uma mistura confusa com o efeito foto-elétrico), ou ainda, pérolas como a "partícula de Deus" e por aí vai.

Não acho que a Física seja a disciplina mais importante do mundo (como acontece se referindo as suas disciplinas, com meus amigos advogados, filósofos, médicos e outros), mas acho que a introdução de seus conceitos modernos logo no início da educação seria de grande ajuda na formação desses jovens.

A mente humana se limita em conjecturar quase que totalmente sobre os nossos sentidos, principalmente a visão, uma limitação inerente à evolução, mas que pode ser contornada "adicionando-se" sentidos logo cedo, durante a formação escolar dos jovens, e aí a física sempre foi muito bem sucedida.

Nossa tão alardeada imaginação é uma mera criação do cérebro, e ela extrapola nossos limites sempre dentro de outros limites. Quando criança imaginava o quão distante estaria Júpiter de mim: seria quantas vezes a distância de São Bernardo à capital? Talvez 1000 vezes? Ou 1.000.000? E o tempo pra chegar até lá? Demoro "uma eternidade" de uma hora (bons tempos) pra chegar na capital... deve ser umas 1.000.000 de vezes mais também...

Com mais "sensações" incorporadas a nossa formação, novos sensos de distância e tempo, o quão mais próximo das respostas estaria? Que tipo de questões mais interessantes levantaríamos?

Até mesmo as artes e a filosofia abstraem no emocional, mas tem dificuldades em abstrair fora dos sentidos humanos mas ainda dentro de alguma realidade, que apesar de não poder ser vista ou tocada, seus efeitos podem ser captados no universo que nos cerca, e nada de místico ou metafísico há nisso.

Ao assimilar aos nossos sentidos todas as formas de luz além do espectro visível, de sons além do espectro audível, distâncias e tempos de ordem astronômica e dimensões subatômicas, logo na época escolar, de grande influência na formação do raciocínio, incorpora-se toda uma nova gama de sentidos às débeis e ultrapassadas capacidades humanas, e com isso amplia-se o horizonte do pensamento de forma natural.

Interessante observar como muito dos "cultos" que conheço, mal educados nas modernas ciências da vida, ainda, por exemplo, projetam a imagem de uma partícula como uma "bolinha" ou do Big Bang como uma explosão, numa clara demostração de como suas mentes continuam presas a formas cartesianas de pensamento (algo que tanto criticam).

E, para mim (não pesquisei algum autor sobre isso), "incorporar novos sentidos" logo cedo pode permitir abstrações muito mais criativas e refinadas, pois seria como nascer com amplos sentidos, o que do ponto de vista evolutivo seria muito demorado, mas dentro da capacidade do cérebro humano seria 'no ponto certo', já que depois dessa fase jovial e adaptativa, infelizmente, nos tornamos mentalmente mais engessados.

Como dizia Sagan, há colunas semanais de astrologia nos jornais, mas nenhuma coluna de astronomia. Acho que ele devia rir das "interpretações" jornalísticas que costumam aparecer por aí.

Apesar de um pouco desatualizado, acho que vou fazer uma campanha "Cosmos nas escolas já!"

Sagan escreveu, entre outros, "Um mundo assolado pelos demônios".

Acho que ainda somos assolados por eles, mas de modo muito mais sutil.

Vendo ele dar algumas aulas de astronomia para crianças boquiabertas, tenho certeza que de lá saíram não só físicos, mas poetas, músicos, químicos, etc.

Mais um ano entrará. Mais uma translação da Terra.

Nada muito diferente, mas no fim, de fato, uma nova viagem. Poético sim.

No conhecimento humano não existem as barreiras maniqueístas da ignorância, que separa de modo ridiculamente reduzido as "humanas" das "exatas", como chamamos aqui desde a era militar. Não devemos ser tão dissociados.

"Somos matéria estelar que tomou seu destino nas próprias mãos." - Carl Sagan

domingo, 18 de dezembro de 2011

Santos x Barcelona, sinal dos tempos

Eu não sou um torcedor de algum time em especial (apesar de ter simpatia por alguns) e gosto de futebol como outro esporte qualquer, mas depois do jogo deprimente de hoje entre Barcelona e Santos eu realmente não vejo outra alternativa a não ser lutar pela lei antitruste no futebol.


O esporte não escapa do modelo social, como o trivial do capitalismo, livre concorrência, 'esforço', 'determinação' e demais jargões "religiosos", são o mais puro engôdo.
Um time milionário patrocinado por uma empresa do Qatar desmoralizou a equipe tupiniquim e seu principal nome, o metido do Neymar.

Com algumas reservas ao atletismo, todos os esportes estão se tornando como o patético automobilismo: pagou levou.

Joãozinho é dez... ops, é 30.

Vamos homenagear o carnavalesco Joãozinho 30 não realizando o carnaval de 2012.
Pensando bem, deveríamos homenageá-lo mais ainda e não fazer nunca mais o carnaval...


..pelo menos desfilar em total silêncio então...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Inside Jobs

Este documentário ganhou um Oscar em 2010 e é elogiadíssimo!

Entenda a crise de 2008, como se criam milionários e como se afundam empresas e nações inteiras.

Você ainda acredita em capitalismo, livre iniciativa e enriquecimento pelo trabalho?!
Então tenha fé no Deus "Mercado Financeiro"...


Se quiser baixar e ver depois (RMVB legndado): http://www.fileserve.com/file/fzAHEQp



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Boletim Ivete

Ivete Sangalo terá alta em breve.
A "cantora" foi internada com meningite, uma inflamação na meninge, uma membrana que recobre o cérebro.

Os médicos garantiram que não houve sequelas pois no interior de sua meninge não havia nada.

Más notícias para os apreciadores da boa música.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Mais do que um grande atleta, um cidadão

Fiquei bastante chateado com o falecimento do Dr Sócrates.
Nada de histeria descabida com pessoas que não se tem ligações afetivas, mas bastante incomodado.

Não sou torcedor de nenhum time e quase não acompanho nada do futebol (apesar de gostar do esporte como muitos outros), mas tenho simpatia pelo Corinthians desde a minha adolescência por causa do Sócrates, Zenon, Biro Biro, Amaral e outros, que além do futebol, tinham posições políticas e lutavam pelos direitos dos jogadores muito antes da lei Pelé ou lei Zico.

Diferente de outros grandes atletas como Pelé, Oscar ou o deslumbrado do Neymar (a lista chegaria a 99% das criaturas - boçais que só abrem a boca pra falar mer#@), Sócrates, médico formado, foi um cidadão que sempre esteve em atividade política ou profissional em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas dos jogadores de futebol.

Possivelmente foi um dos que contribuíram pra essas contas vultuosas dos atuais "craques-ascendentes-deslumbrados".

O fato dele ser alcoólatra, assim como meu pai que também faleceu em decorrência da cirrose,  contribuiu pra essa sensação de tristeza.

O alcoolismo é uma doença grave, de difícil tratamento, grandes efeitos sobre a família e cheia de preconceitos, já que é associada constantemente ao julgamento moral e o caráter, e ainda por cima, seu agente ser socialmente aceito.

Sou ateu, não poderia dizer que ele foi "para local melhor", "está olhando por nós" ou qualquer bobagem parecida, mas aceito a morte como fim ou um 'não eu', como fim de todos os problemas e sono eterno, ou 'o segredo dessa vida' como dizia Raul Seixas, ou ainda, como o grande Carl Sagan disse, volto ao meu estado original, devolvendo a matéria emprestada e me reintegrando completamente ao universo.





terça-feira, 29 de novembro de 2011

Fuvest

Nessas últimas semanas muito se falou sobre vestibular.
Como todos os anos aquelas mesmas matérias requentadas e dicas inúteis.

Nunca fiquei muito estressado com o vestibular. Acho que por ter coisas mais importantes para me preocupar na época (como sobreviver por exemplo).

Entrei na USP sim.
Admito que não num curso muito concorrido. Mas não sai do jeito que deveria (ou não).

Engraçado, a única coisa que os pais desmiolados não falam a seus pimpolhos de QI reduzido, é que dentre as desventuras e frustrações da vida, o vestibular será das menos importantes.

Luan Santana... holy shit...

Da Record News.

Uma criança com paralisia infantil teve o seu sonho realizado: conhecer o anencefálico Luan Santana.

Tsc, tsc, tsc... só podia ter paralisia cerebral pra ter um sonho desses...

Parodiando a anta: "que se dane o mundo..."

sábado, 26 de novembro de 2011

Doenças da civilização

Apenas faltou citar  que a quase totalidade das demais causas estão sendo incluídas nas chamadas "doenças da civilização". Não que eram inexistentes antes do advento da modernidade, mas que o modelo de trabalho/consumo atual fomentou tais males.

Afastamentos por doenças mentais disparam no país
Da Folha de São Paulo - 25/11/2011-08h00

O mercado de trabalho tornou-se um foco de doenças como depressão e estresse. A tendência já se reflete em forte aumento no número de brasileiros afastados pelo INSS por esse tipo de problema de saúde, informa reportagem de Érica Fraga e Venscelau Borlina Filho publicada na Folha desta sexta-feira.

As concessões de auxílio-doença acidentário --que têm relação com o trabalho-- para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse aumento foi quatro vezes o da expansão no número total de novos afastamentos autorizados pelo INSS.

Nenhum outro grupo de doença provocou crescimento tão forte na quantidade de benefícios de auxílio-doença concedidos entre janeiro e junho deste ano.

"Há ondas de doenças de trabalho. A onda atual é a da saúde mental", diz Thiago Pavin, psicólogo do Fleury.

Mudanças adotadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças causadas pelo ambiente de trabalho. Isso levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008.

Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, saltaram de apenas 612 em 2006 para 12.818 em 2008. Mas, depois desse ajuste inicial, tinham subido apenas 5% em 2009 e recuado 10% em 2010.

Editoria de arte/Folhapress


Matéria original da Folha.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Rolling Stone elege os melhores guitarristas

Na lista estão os meus melhores: Hendrix (que faria 69 anos dia 27/11), BB, Eddie e Clapton.

Se eu colocasse dois orientais seria uma lista bem politicamente correta já que cito dois negros e dois brancos. Bom, juro que foi sem querer.

Fazer o que, O Coisa tem bom gosto... fora a humildade... rsrs

Mas o Keith Richards?! Aí forçaram, podiam ter colocado o David Gilmour.

Rolling Stone elege os melhores guitarristas


Por Assis Ribeiro
Da Reuters

Rolling Stone elege Hendrix o melhor guitarrista da história

23 de novembro de 2011

(Reuters) - O legendário Jimi Hendrix foi consagrado na quarta-feira como o melhor guitarrista da história, numa eleição realizada pela revista Rolling Stone junto a críticos e músicos. 

"Jimi Hendrix extrapolou a nossa ideia sobre o que poderia ser o rock: ele manipulava a guitarra, a 'whammy bar', o estúdio e o palco", disse o guitarrista Tom Morello na revista, citando "Purple Haze" e "The Star-Spangled Banner" como as principais gravações de Hendrix, que morreu em 1970.

A lista inclui vários ícones do rock nas últimas décadas. Entre os participantes da eleição estavam os músicos Lenny Kravitz, Eddie Van Halen (que ficou em oitavo lugar), Brian May e Dan Auerbach, além de redatores e editores da Rolling Stone.


A lista completa será divulgada em uma edição especial com quatro capas diferentes, mostrando Van Halen, Eric Clapton, Hendrix e Jimmy Page, que chega às bancas e à Internet (www.rollingstone.com) na sexta-feira.

Veja a lista dos dez melhores guitarristas da história, segundo a Rolling Stone:

1. Jimi Hendrix
2. Eric Clapton
3. Jimmy Page
4. Keith Richards
5. Jeff Beck
6. B.B. King
7. Chuck Berry
8. Eddie Van Halen
9. Duane Allman
10. Pete Townshend


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aloe, aloe, aloe. Hare, hare krishna.



A Anvisa proibiu a comercialização de Aloe Vera e substâncias derivadas.
Essa regulamentação de tudo enche o saco mesmo, mas já que é para proibir qualquer coisa sem 'comprovação científica', vamos proibir as orações, rezas, operações espirituais e água benta.

E já qué é pra cuidar da saúde, banir a música sertaneja, o axé e o pagode... ish, esqueci a música pop... ahmmm... e o trânsito... e a fila no supermercado... a respiração... zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.......................................................

sábado, 22 de outubro de 2011

Vida sem dor

Que maravilha, sem dores articulares!
Havia esquecido como é isso.

Não constuma-se sair impune de vinte e tantos anos de marombagem. Algumas interrupções no início da juventude imatura, mas pelo menos uns 12 anos de treinos pesados, algo como uns 210Kg de agachamento livre e 180 Kg de supino, e por aí vai. Ou ia.
Considerando um não atleta, sem grandes suplementações alimentares e intervenções farmacêuticas, até que foi bem satisfatório.

Passando dos 40 a coisa já complica um pouco.
A intensidade deve ser menor e o gerenciamento das malditas dores cuidadoso.
Perde-se em volume, fica mais difícil manter o percentual de gordura baixo e tudo estala. Como a piada do "cric", "croc", agora não estou velho, estou crocante.

Cansado das bobagens dos ortopedistas tecnicistas, ou seja, o tradicional raio X (amazing!), ressonância, anti-inflamatório e fisioterapia, e claro, o indefectível discurso do 'saia da musculação', fiz a minha receita: 3 dias de Dexa-citoneurin, 5 dias de Rubranova e 10 dias de diclofenaco de potássio.

Os alongamentos já não dispenso há uns 3 ou 4 anos.

Sensacional!
Zerado. Praticamente um bebê macrobiótico.

Ok, auto-medicação é errado e blá, blá, blá...

Mas a quase inexistência de médicos também é uma barbaridade.
Detalhe importante: um sujeito que mal te ouve, mal te olha, quase ou nunca te encosta, pede n exames e de acordo com esse resultado lhe indica alguns fármacos não é um médico, mas no máximo um "técnico de corpo" com um fluxograma decorado.

Um bom software o substitui com vantagens.

Aquele médico que te ouve, olha na sua cara, pergunta da sua vida, te apalpa e para complementar solicita alguns exames são raros, muito raros.
Suas indicações ainda levam em conta seus humores pessoais, seus hábitos familiares, pressões profissionais, gostos e essa vida porcaria das grandes metrópoles. Não tem preconceitos com tratamentos alternativos e muito menos com a psicologia.

Ou não acho esses caras, ou são os 'olhos da cara'.
Técnico por técnico eu sou um, a lógica é a mesma.
Duvido que eu erre muito mais que um técnico 'pai de santo', e no fim, quem quer viver para sempre.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Em terra de surdo quem tem um ouvido não ouve.

Ninguém ouve. 
Apesar de não ser sábio, escrevo já generalizando.



As pessoas falam demais e ouvem pouco ou nada.
Quando perguntam sua opinião raramente te ouvem, é apenas pró-forma. Geralmente te interrompem ou cospem as suas verdades. Se quisessem ouvir apenas o fariam.

Não sei se é a época ou é inerente ao ser humano - apesar de não ser totalmente um essencialista.
Sempre fui um bom ouvinte, muito porque não gosto de falar e um pouco para 'errar' menos.

Mas ando me cansando desses 'discursadores compulsivos', quero silêncio. Já que não serei ouvido, que pelo menos não seja depósito de bobagens pretensiosas e possa ouvir a mim mesmo com serenidade.

Ando descartando com certa facilidade os amigos.
Sempre os fiz e os mantive com facilidade. Saber ouvir, não tocar muito em feridas alheias, ser confiável e estar aberto a diferenças. Diria que a receita é fácil.
Apesar de portador de déficit de atenção sempre me esforcei para ouvir os outros, ou pelo menos, fazer de conta em respeito ao tagarela.

Mas essa sociedade competitiva parece que contamina as amizades. Óbvio, não poderia se esperar nada diferente, elas emergiram nesse contexto histórico.
Mas até certa idade tinha uma utopia a respeito do assunto, bem diferente do status quo atual.

Dizem que o homem é um ser sociável, muito se escreveu sobre o assunto.
Não sei se existem evidências.
Para Freud era a origem de todas as neuroses.
Se agrupar para suprir as fragilidades pode ser apenas uma conseqüência (necessidade) evolutiva.
A comunicação não é diferente.

Um forma alternativa mais rápida do que passar informações através dos genes.
Nada mais do que isso, quanto mais "sofisticada" a comunicação, mais rapidamente "passo as informações para frente".

O resultado do darwinismo associado a uma sociedade extremamente competitiva talvez desencadeie essa 'surdez' coletiva: preciso 'passar a minha verdade' pra frente, pois somente ela importa.



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Rock?! Aonde?



A enquete do Terra  hoje mostra a qualidade do Rock in Rio, que ano a ano (como a música diga se de passagem) fica pior.


Algumas bandas decadentes, inúmeras sem expressão e muito pop de quinta.


Exceção: 
Motorhead - Rock'n roll de primeira, básico e competente.

O que poderia ser exceção: 
Metallica - desde o ínicio do século uma decadência.
Slipknot - estilo de heavy metal apelativo, enjoativo e massante.
Sepultura - virou um world music metido a besta.


Saudades do Rock in Rio 1...

Educativo: árvore genealógica do heavy metal.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Para colecionador!



O Pink Floyd renovou contrato com a EMI no início desse ano depois de vencer um processo que proíbe a mesma de vender o conteúdo do grupo "aos pedaços". 
Particularmente concordo, pois obras como The Final Cut, The Wall e Dark Side of the Moon não são divisíveis, assim como todos os discos do Floyd.

Esse ano será lançado extenso material para colecionadores e, claro, para os novos apreciadores, de uma das mais importantes bandas de todos os tempos.
Serão lançadas músicas inéditas, DVD's remasterizados, box especiais com encartes exclusivos e por aí vai.

Sou meio desconfiado dessas "marketicies", mas como a qualidade do grupo é incontestável, a música atual é um completo desfile de horrores e sou um admirador com todos os LP's  - é isso aí, 'bolachão' mesmo! - lançados no Brasil (exceto coletâneas e shows) segue a divulgação.

Detalhes no site da EMI.




sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Estelionato institucionalizado

Estava pesquisando o Construcard da Caixa e li que eles usam a tabela Price para o cálculo das amortizações.
Como eu já tive um financiamento imobiliário que usava a mesma tabela (do qual me livrei rapidamente), resolvi pesquisar umas coisas.

Que o juros por si só já é um agente injusto e perverso eu já sabia, mas como estamos afogados nesse meio, acabamos por engolí-los a força. 

A lei é antiga e eu não conhecia, mas a própria Caixa Econômica usar algo ilegal  é o fim. Veja essa:

Tabela Price viola Lei de Usura e súmula do Supremo

Por André Zanetti Baptista

Aproveitando a complexidade da matéria para multiplicar o lucro em detrimento daqueles que vão à busca de empréstimo, as instituições financeiras utilizam ilegalmente, em inúmeros contratos de crédito aperfeiçoados com seus clientes, a denominada “Tabela Price”. A escolha deste nome seria uma homenagem prestada ao matemático inglês Richard Price, o qual inseriu nos sistemas de amortizações a teoria dos juros compostos.

O leitor perceberá claramente que a curiosa homenagem brasileira feita a Price seria, unicamente, para encobrir a verdadeira demoninação que o próprio Richard Price deu às suas tabelas: Tables of Compound Interest ou Tabelas de Juro Composto, pois se fossem conhecidas como o próprio criador as denominou seriam imediatamente proibidas no Brasil pela Lei de Usura (Decreto 22.626/33) e pela Súmula 121 do Supremo Tribunal Federal.

Sua origem histórica data do final do século XVIII, época em que o mercantilismo, resultado das descobertas marítimas de Portugal e Espanha, estava superado pelo início da Revolução Industrial na Inglaterra e pelas transformações ideológicas consequentes da Revolução Francesa. De um lado, Adam Smith propunha um modelo de progresso e riqueza essencialmente focado no mercado e na divisão do trabalho. De outro, Montesquieu, Voltaire e Rousseau compunham a fonte iluminista inspiradora da liberdade propulsora do ascendente modelo burguês. Desabrochava uma nova dinâmica mundial!

Neste contexto, mais precisamente em 1771, foi publicada mais uma obra de Richard Price sob o título Observations On Reversionary Payments (Observações Sobre Pagamentos Reversíveis). Dentre outros temas de grande importância, aborda o estudo específico sobre o sistema de amortização batizado no Brasil de “Tabela Price”.

Conhecida internacionalmente como “sistema de amortização francês”, já que se desenvolveu efetivamente na França, no século XIX, a tabela de Richard Price consiste na elaboração de um plano de amortização da dívida em parcelas periódicas, iguais e sucessivas, em que o valor de cada prestação é formado por duas partes distintas a saber, uma parte para pagamento de juros e a outra de capital, denominada também de “amortização”.

O objetivo de Richard Price foi elaborar um sistema de amortização em que os juros fossem aplicados de forma composta, capitalizando-os mensalmente (período/período), como forma de remuneração do capital, pois sua finalidade era estabelecer um método de pagamento para seguro de vida e aposentadorias. Em outras palavras, a Tabela Price foi criada exatamente para inserir os juros compostos nos sistemas de amortização.

Segue a fórmula da tabela: R = P { [ ( 1 + i ) n x i ] / [ ( 1 + i ) n – 1 ] }
Onde: P = principal ou capital inicial; R = prestações ou parcelas; i = taxa de juros; n = prazo (exponencialmente considerado).
Constata-se na transcrita fórmula a expressão (1 + i) n, denominada de fator de capitalização ou fator de acumulação de capital, a qual gera comportamento exponencial em função do tempo, característico dos juros compostos, evidenciando o êxito do matemático inglês na inserção da teoria dos juros compostos nos sistemas de amortização.

Se ainda existem dúvidas quanto à capitalização de juro composto, via Tabela Price, a obra de seu criador termina de vez com a polêmica da questão, pois o próprio Richard Price escreve de forma claríssima em seu livro, utilizado por mim, incisivamente, como instrumento de confissão, de que suas tabelas são de juro composto. Logo, diante de tais provas, ninguém poderá dizer que a Tabela Price não possui o componente ilegal do juro composto, sinônimo de anatocismo, sob pena de contrariar o autor dos escritos.

Em tal sistema, as parcelas são compostas de um valor referente aos juros calculados sobre o saldo devedor e outro referente a amortização do capital. Desta forma, em cada prestação, parte corresponde aos juros calculados sobre o saldo anterior e outra se destina à amortização parcial deste saldo anterior ou capital principal.

Em sua essência, o sistema de amortização francês convencional constitui-se em pagamento de parcelas constantes por possuírem valores iguais, cuja variação dependerá apenas de atualização monetária, periódicas por possuírem lapsos temporais de capitalização iguais, postecipadas por possuírem vencimentos ao final de cada termo e imediatas por não possuírem período diferido, compostas sempre de quotas de amortização crescentes e quotas de juros decrescentes. O problema fica restrito ao cálculo das quotas de amortização do capital, dos juros sobre o saldo devedor e dos saldos devedores. Apesar de fixo, o valor das parcelas (R ou PMT) é a principal variável do sistema francês, pois define quanto o consumidor paga e o quanto a instituição financeira recebe, bem como define a taxa interna de retorno da operação creditícia.

Em virtude das parcelas serem de igual valor e os juros incidirem sobre o saldo devedor, conforme as parcelas são pagas: a) as quotas de amortização do capital aumentam; b) os saldos devedores diminuem; c) as quotas de pagamento de juro diminuem. Neste ensejo, pelo sistema francês de amortização, o devedor compromete-se a pagar periodicamente uma importância, utilizada para liquidar os juros produzidos pelo saldo devedor durante aquele lapso temporal e amortizar uma parte deste saldo de maneira que, no final do prazo estipulado, a dívida se reduza a zero.
Pergunta-se: como há capitalização mensal se há o pagamento mensal dos juros produzidos em cada período? Observe na tabela o exemplo do sistema francês de amortização no empréstimo de R$ 1.000 para ser pago em 12 meses e taxa de juro mensal de 3,5%:
Tabela Price e Sistema legal permitido - ReproduçãoTabela Price e Sistema legal permitido - Reprodução

Constata-se claramente a utilização da Tabela Price, enquanto manobra matemática, para ludibriar a cobrança de juros capitalizados mensalmente, pois se parte do valor da prestação liquidar os juros acumulados naquele mês (R$ 35) e o restante (R$ 68) amortizar o capital devido (R$ 1.000), ter-se-á o mesmo resultado numérico de se amortizar o capital com a parcela total (R$ 1.000 – R$ 103 = R$ 897) e capitalizar os juros produzidos naquele período (R$ 897 + R$ 35 = R$ 932).

Portanto, a Tabela Price é utilizada para ludibriar a cobrança de juros compostos, capitalizados mensalmente, pois o pagamento mensal dos juros causa a diminuição do valor a ser amortizado na dívida principal, consequentemente, o saldo devedor sobre o qual incide a taxa de juro do mês seguinte deixa de diminuir o montante dos juros pagos no mês anterior, capitalizando-os a cada incidência da taxa de juro sobre o saldo devedor, pois este foi indevidamente amortizado ou ilegalmente acrescido de juros mensais.


Revista Consultor Jurídico, 8 de janeiro de 2011
Texto na fonte original.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O mercado se regula. Alguém acredita nisso?

Essa bobagem de mercado que se regula é uma coisa tão ridícula que eu nem sei como alguém cai nesse conto.
Um mercado feito por tubarões que detém o controle monetário, a criação de demanda, carência e até mesmo o "gosto" que você acha tão seu, não pode se regular a não ser em direção ao que interessa a eles mesmos.

Sei que não é adequado a reprodução de matérias em blogs, mas já que, por hora, não se pode abandonar esse sistema social, que pelo menos tentemos minimizar nossas perdas. 
Segue o texto. Eu vou comentar mais o que?

Falta Estado no mercado de consumo

Rizzatto Nunes

Brinquedos se quebram em parques de diversões e buffets infantis, matando e ferindo adultos e crianças; explosão de bueiro virou rotina na cidade do Rio de Janeiro; encontraram chumbo na tinta de milhares de brinquedos; milhões de litros de leite estavam contaminados com soda cáustica e outros produtos tóxicos; a grande indústria maquia produtos a toda hora; os aeroportos e a própria viação aérea não funcionam mais; anúncios enganosos e abusivos podem ser vistos aberta e impunemente etc. 

O que esses casos que aconteceram e, recorrentemente, acontecem no Brasil (e em outros lugares do mundo) têm em comum? A falta de fiscalização e controle do Estado e, também, em parte, a ainda precária qualidade das informações recebidas pelos consumidores, destinatários finais dos produtos e serviços.

Dever do Estado 

Não só por determinação constitucional e legal o Estado é o responsável pela fiscalização de tudo o quanto ocorre no mercado de consumo, mas também por questão de ordem política e social. Quando me refiro a Estado quero dizer todos os entes da Federação nas suas esferas de competência: a União, os Estados-membros e os Municípios. 

Uma parte dos produtos e serviços oferecidos no mercado tem uma certa autonomia em relação à fiscalização do Estado, tais como a indústria e comércio de vestuário, a produção e distribuição de livros, jornais e revistas, a oferta de curso livres etc. No entanto, um amplo setor da economia está não só atrelado às determinações do Estado diretamente ou por intermédio de suas agências e autarquias, como são explorações autorizadas a funcionar apenas pelo Estado ou mediante concessão. Não é porque o Estado privatizou certos setores que não tem mais responsabilidade sobre eles. 

Ganância 

Não adianta acreditar que o mercado de consumo resolve suas questões por conta própria, como se houvesse uma espécie de "lei" de mercado que fosse capaz de corrigir os excessos e as faltas. A verdadeira lei de mercado é aquela que aparece estampada nos jornais de negócios e nas manchetes dos grandes jornais e revistas: os empresários modernos e as grandes corporações que eles dirigem querem, cada vez mais e sempre, faturar mais alto, nem que para isso eles tenham que eliminar postos de trabalho, baixar salários, eliminar benefícios e piorar a qualidade de seus produtos e serviços. Para lucrar mais, esses empresários acabam correndo mais risco de oferecer piores produtos e serviços ao consumidor. 

E, com o fenômeno da chamada globalização, o quadro piorou. Por conta da abertura do mercado de vários países, do incremento da tecnologia e das comunicações, da melhora das condições de distribuição etc, as grandes corporações acabaram por mudar seus polos de produção para locais que ainda não tinham tradição de produção de qualidade. Essas empresas foram buscar maiores lucros, pagando menores salários e produzindo bens de consumo de pior qualidade. 

As conhecidas marcas mundiais passaram a atuar cada vez mais no marketing de manutenção da grife e, em alguns casos, tais marcas foram produzidas já no ambiente globalizado iludindo os consumidores que acabam adquirindo a marca em detrimento do próprio produto. Dizendo em outros termos: o fato do produto ou serviço ser oferecido por marca conhecida mundialmente não garante sua qualidade. 

Pode até ser que outrora o produto feito na matriz em que foi criado fosse bom, mas não se pode mais garantir que continue sendo, na medida em que são produzidos em locais que não tem mão de obra qualificada e ambiente de trabalho solidificado na experiência. 

Brinquedos 

Veja-se o caso dos brinquedos: nos últimos anos foram acumuladas dezenas de recalls das grandes indústrias para a retirada de centenas de produtos de baixa qualidade e que colocaram - e ainda colocam - em risco a saúde e a vida das crianças. São brinquedos feitos em países que não tem como preocupação a qualidade e, na hipótese, o que é mais importante, a segurança de seu público alvo, as crianças. 

Mito no Brasil 

Eu aproveito o exemplo dos brinquedos para ingressar num dos assuntos que interessa em especial ao consumidor brasileiro e que, a meu ver, se for por ele internalizado ajuda em muito a garantia de seus direitos. É o do mito (ainda) de que produtos estrangeiros são melhores que os nacionais. 

Faz muito tempo que isso deixou de ser verdade. Na área dos brinquedos, por exemplo, o Brasil tem um dos melhores sistemas de controle de qualidade e segurança daquilo que é oferecido. Mas, não é só nessa área. Na de produção de automóveis, de móveis, de produtos da chamada linha branca, eletrodomésticos e eletroeletrônicos etc. Nossos produtos são iguais ou melhores que os produzidos em outros lugares do mundo. E os consumidores, quando adquirem nossos produtos, de quebra, ajudam na manutenção dos empregos dos brasileiros. Penso, pois, por isso, que cabe ao consumidor brasileiro, antes de comprar produtos importados, olhar o nacional (sei, claro, que atualmente há preços favoráveis nos produtos importados, por causa da valorização do real, mas ainda assim não se deve esquecer do ditado popular que diz que "o barato sai caro"). 

Fiscalização 

Ora, como a regra mercadológica é faturar ainda que piore a qualidade e segurança dos produtos e serviços, exige-se maior participação do Estado diretamente na economia. É um grave erro o Estado sair do mercado, deixando que este resolva os próprios problemas criados. Muitas vezes, é apenas o Estado que pode resolvê-los.

Tome-se o exemplo da crise aérea. Aliás, interminável, com quebras de companhias de aviação (Varig, BRA etc), problemas de infraestrutura e administração nos aeroportos, esquemas escusos inventados e implantados pelas companhias aéreas contra os consumidores cujo maior expoente, mas não o único, é o overbooking, além do mau atendimento, atrasos regulares, cancelamentos inexplicáveis etc. Nesse setor a responsabilidade do Estado decorre diretamente de seu direito e dever de fiscalização. As companhias aéreas não podem atuar sem a autorização direta dos órgãos governamentais e não podem também fazer promessas e ofertas ao público consumidor que violem o sistema legal nem girem seu negócio com incompetência administrativa isenta de fiscalização. 

O mesmo se dá em vários outros setores: no de brinquedos, claro, no de alimentos (é preciso cuidar de criar cargos de agentes que fiscalizem os agentes para evitar fraudes criminosas como a do leite de Minas), no de medicamentos, no financeiro etc (nem preciso referir o caso da crise financeira mundial de 2008, que nasceu, como se sabe, da desregulamentação do mercado). 

O mercado livre 

Enfim, a cada dia que passa, fica mais demonstrado que a chamada era do mercado de consumo livre de intervenção estatal exige sim uma ação direta do Estado, em todas as suas áreas de competência e atuação, para garantir o mínimo de qualidade e segurança dos produtos e serviços oferecidos no mercado. Lembro que no Brasil há leis claras sobre o assunto, dentre as quais destaco a Constituição Federal (arts. 173 e seguintes) e o Código de Defesa do Consumidor.

E, quanto ao consumidor, é preciso muita atenção às ofertas enganosas. Não deve ele acreditar que dá para comprar passagem para a Europa pagando apenas o preço de ida impunemente, nem que brinquedos que concorrem com similar nacional podem ter a mesma qualidade, apesar de custarem a metade do preço ou menos. Não se deve esquecer que nada é de graça no mercado de consumo até porque, para usar outra expressão da qual gosto muito, de autoria de Octávio Paz, "o mercado sabe tudo sobre preços, nada sobre valores".



terça-feira, 23 de agosto de 2011

Capte, antena digital. Agora conta outra.

Mais uma pérola encontrada na TV aberta: a antena digital.

O CONAR perde seu tempo entrando com uma representação contra aquela propaganda do "Ponei Maldito", que apesar de ridícula, só tem o tradicional pouco caso à limitada intelectualidade dos consumidores fiéis de automóveis, mas deixa passar bateladas de outras mentiras.

A alegação deles foi ainda mais ridícula: a de que o comercial afrontava contra ícones infantis. Como diria Jack Palance: "acredite se quiser".

Mas volto a pérola da antena digital.



Primeiro NÃO EXISTE ANTENA DIGITAL.

Desde Heinrich Hertz as antenas praticamente não mudaram muito.
Sua função continua a mesma: fazer com que ondas eletromagnéticas se "transformem" em energia elétrica.

Existem vários modelos cujas funções, fundamentalmente, são melhorar seu alcance e/ou direcionamento e seu tamanho é determinado pelo ganho e pela frequência que se deseja captar.

As antenas VHF (do inglês Very High Frequency) comuns (as "espinhas de peixe" tecnicamente chamadas de log-periódicas) são feitas para captar um comprimento de onda médio dos nossos canais abertos e com um lóbulo principal (o "oval" ou "campo" onde elas são efetivas em relação ao emissor de sinal) médio de até 30Km.

Como as antenas são equipamentos passivos, isto é, sem circuitos ativos (dotados de alimentação, transistores, etc),  o ganho é relativo a uma antena padrão não direcional (onde seu lóbulo é um círculo) e quanto maior o seu alcance mais estreito é seu lóbulo.

As antenas de UHF (do inglês Ultra High Frequency) são fundamentalmente a mesma coisa, apenas a faixa de frequência é diferente (daí o tamanho reduzido destas) e existem diferenças de propagação que não entrarei em detalhes.

O fato de uma antena ser conectada a um amplificador não a torna necessariamente melhor se o básico (a captação do sinal) não for adequada, isso porque se os ruídos forem muito fortes eles serão amplificados pelo amplificador, que mesmo dotado de filtros, não barrará ruídos dentro de sua banda de operação.

A TV digital usa o UHF da mesma maneira que a TV convencional, e portanto, segue o mesmo princípio do eletromagnetismo elementar de séculos, o que muda é a codificação do sinal antes de sua modulação.

Resumindo, uma boa antena UHF para TV convencional (operando em UHF logicamente) serve (provavelmente de maneira até mais eficiente) para a TV digital, e com certeza, o desempenho dessa "antena digital" em VHF é bem inferior que as antenas "convencionais".

O CONAR não se manifesta sobre essa enganação.
Mas de fato, criar necessidades que você não tem é o paradigma da publicidade e do nosso sistema monetário mercantil.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

3D?! Aonde?

Assisti um programa que discutia a tecnologia 3D.
Comentavam animados sobre o "3D falso" com aqueles óculos com lentes coloridas e o "verdadeiro" com as TV's 3D e os óculos sincronizados.

Além das apresentadoras participavam um desenvolvedor de software (um companheiro de profissão) e um especialista em TI.

Não sei até que ponto essa apologia ao 3D é uma empolgação infantil (o programador parecia bem novo) ou uma balela de marketing (o cara de TI tinha aquela cara de executivo que adora 'aplicar').

A "verdadeira" tecnologia em 3D não é verdadeira nem de longe.
Alternando os quadros em exibição (tanto na TV quanto no cinema) e sincronizando-os com os óculos que os fazem chegar alternadamente ao olho esquerdo e direito, tem-se uma pífia sensação de dimensão.

O "verdadeiro" 3D, de fato, possibilitaria que o espectador, ao se deslocar mínimos centímetros para à direita por exemplo, visualiza-se o objeto sob novo ângulo/perspectiva.

Mesmo o "verdadeiro" 3D do mundo real é uma interpretação do cérebro aos estímulos luminosos recebidos e portanto, sendo uma criação, já não podemos chamá-lo de "verdadeiro". Ok, isso é filosofia, deixamos pra lá.

Aliás, antes assistir a "Freud além da alma" em P&B do que o patético "Avatar" que com todas os seus mirabolantes efeitos é um lixo de filme. Previsível, piegas, repleto de chavões de quinta e canastrões.

Tecnologia 2,1D seria bem mais adequado.

Está pronto para comprar mais bujigangas pra sustentar esses criadores de necessidades "verdadeiras"?




domingo, 14 de agosto de 2011

A medicina mata mais do que cura?

O médico Vernon Coleman diz que os hospitais mais matam do que curam e que é preciso ser muito saudável para sobreviver a um deles
Por Sérgio Gwercman

Um selo colado na testa advertindo sobre os perigos que podem causar à saúde. Se dependesse do inglês Vernon Coleman, esse seria o uniforme ideal dos médicos. Dono de um diploma em medicina e um doutorado em ciências, Coleman abandonou a carreira após dez anos de trabalho para ganhar a vida escrevendo livros com títulos sugestivos do tipo Como Impedir o seu Médico de o Matar. 

Autor de 95 livros, o inglês é um auto-intitulado defensor dos direitos dos pacientes. Em seus textos, publicados nos principais jornais do Reino Unido, costuma atacar a indústria farmacêutica - para ele, a grande financiadora da decadência - e, principalmente, os médicos que recusam tratamentos que excluam a utilização de remédios e cirurgias. Dono de opiniões polêmicas, Coleman ainda afirma que 90% das doenças poderiam ser curadas sem a ajuda de qualquer droga e que quanto mais a tecnologia se desenvolve, pior fica a qualidade dos diagnósticos.

Como um médico deve se comportar para oferecer o melhor tratamento possível a seu paciente?
Os médicos deveriam ver seus pacientes como membros da família. Infelizmente, isso não acontece. Eles olham os pacientes e pensam o quão rápido podem se livrar deles, ou como fazer mais dinheiro com aquele caso. Prescrevem remédios desnecessários e fazem cirurgias dispensáveis. Ao lado do câncer e dos problemas de coração, os médicos estão entre os três maiores causadores de mortes atualmente. Os pacientes deveriam aprender a ser céticos com essa profissão. E os governos, obrigá-los a usar um selo na testa dizendo "Atenção: este médico pode fazer mal para sua saúde".


Qual a instrução que pacientes recebem sobre os riscos dos tratamentos?
A maior parte das pessoas desconhece a existência de efeitos colaterais. E grande parte dos médicos não conhece os problemas que os remédios podem causar. Desde os anos 70 eu venho defendendo a introdução de um sistema internacional de monitoramento de medicamentos, para que os médicos sejam informados quando seus companheiros de outros países detectarem problemas. Espantosamente, esse sistema não existe. Se você imagina que, quando uma droga é retirada do mercado em um país, outros tomam ações parecidas, está errado. Um remédio que foi proibido nos Estados Unidos e na França demorou mais de cinco anos para sair de circulação no Reino Unido. Somente quando os pacientes souberem do lado ruim dos remédios é que poderão tomar decisões racionais sobre utilizá-los ou não em seus tratamentos.


Você considera que os médicos são bem informados a respeito dos remédios que receitam a seus pacientes?
A maior parte das informações que eles recebem vem da companhia que vende o produto, que obviamente está interessada em promover virtudes e esconder defeitos. Como resultado dessa ignorância, quatro de cada dez pacientes que recebem uma receita sofrem efeitos colaterais sensíveis, severos ou até letais. Creio que uma das principais razões para a epidemia internacional de doenças induzidas por remédios é a ganância das grandes empresas farmacêuticas. Elas fazem fortunas fabricando e vendendo remédios, com margens de lucro que deixam a indústria bélica internacional parecendo caridade de igreja.


E o que os pacientes deveriam fazer? Enfrentar doenças sem tomar remédios?
É perfeitamente possível vencer problemas de saúde sem utilizar remédios. Cerca de 90% das doenças melhoram sem tratamento, apenas por meio do processo natural de autocura do corpo. Problemas no coração podem ser tratados (não apenas prevenidos) com uma combinação de dieta, exercícios e controle do estresse. São técnicas que precisam do acompanhamento de um médico. Mas não de remédios.


Receber remédios não é o que os pacientes querem quando vão ao médico?
É verdade que muitos pacientes esperam receber medicamentos. Isso acontece porque eles têm falsas idéias sobre a eficiência e a segurança das drogas. É muito mais fácil terminar uma consulta entregando uma receita, mas isso não quer dizer que é a coisa certa a ser feita. Os médicos deveriam educar os pacientes e prescrever medicamentos apenas quando eles são essenciais, úteis e capazes de fazer mais bem do que mal.


Que problemas os remédios causam?
Sonolência, enjôos, dores de cabeça, problemas de pele, indigestão, confusão, alucinações, tremores, desmaios, depressão, chiados no ouvido e disfunções sexuais como frigidez e impotência.


Em um artigo, você cita três greves de médicos (em Israel, em 1973, e na Colômbia e em Los Angeles, em 1976) e diz que elas causaram redução na taxa de mortalidade. Como a ausência de médicos pode diminuir o risco à vida?
Hospitais não são bons lugares para os pacientes. É preciso estar muito saudável para sobreviver a um deles. Se os médicos não matarem o doente com remédios e cirurgias desnecessárias, uma infecção o fará. Sempre que os médicos entram em greve as taxas de mortalidade caem. Isso diz tudo.


Muitas pessoas optam por terapias alternativas. Esse é um bom caminho?
Em diversas partes do mundo, cada vez mais gente procura práticas alternativas em vez de médicos ortodoxos. De certa maneira, isso quer dizer que a medicina alternativa está se tornando a nova ortodoxia. O problema é que, por causa da recusa das autoridades em cooperar com essas técnicas, muitas vezes é possível trabalhar como terapeuta complementar sem ter o treinamento adequado. Medicina alternativa não é necessariamente melhor ou pior que a medicina ortodoxa. O melhor remédio é aquele que funciona para o paciente.


Em um de seus livros, você afirma que a tecnologia piorou a qualidade dos diagnósticos. A lógica não diz que deveria ter acontecido o contrário?
Testes são freqüentemente incorretos, mas os médicos aprenderam a acreditar nas máquinas. Quando eu era um jovem doutor, na década de 70, os médicos mais velhos apostavam na própria intuição. Conheci alguns que não sabiam nada sobre exames laboratoriais ou aparelhos de raio X e mesmo assim faziam diagnósticos perfeitos. Hoje, os médicos se baseiam em máquinas e testes sofisticados e cometem muito mais erros que antigamente.


Você faz ferrenha oposição aos testes médicos realizados com animais em laboratórios. De que outra maneira novas drogas poderiam ser desenvolvidas?
Faz muito mais sentido testar novas drogas em pedaços de tecidos humanos que num rato. Os resultados são mais confiáveis. Mas a indústria não gosta desses testes porque muitos medicamentos potencialmente perigosos para o homem seriam jogados fora e nunca poderiam ser comercializados. Qual o sentido de testar em animais? Existe uma lista de produtos que causam câncer nos bichos, mas são vendidos normalmente para o uso humano. Só as empresas farmacêuticas ganham com um sistema como esse.


O que você faz para cuidar da saúde?
Eu raramente tomo remédios. Para me manter saudável, evito comer carne, não fumo, tento não ficar acima do peso e faço exercícios físicos leves. Para proteger minha pressão, desligo a televisão quando médicos aparecem na tela apresentando uma nova e maravilhosa droga contra depressão, câncer ou artrite que tem cura garantida, é absolutamente segura e não tem efeitos colaterais.

domingo, 7 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Amy e o castigo do Deus Mercado Financeiro

Com o desfecho previsível da vida da junkie Amy Winehouse, novamente são disparados os incontáveis documentários, notícias e demais superficialidades sobre as drogas.
As ilícitas. Vou "descontar" as lícitas.

Tratamentos, terapias, repressão, etc.
Nada de discussão sobre as causas. As reais e não a balela da criancinha sem carinho e blá, blá, blá...

Num mundo onde a religião do capitalismo e seu grande Deus, o Mercado Financeiro, ditam que o "sucesso" e a "vitória" estão no acúmulo, e sem a miséria e o abismo social não existiria esse sistema monetário/mercantil, natural que se criem os "perdedores",  e estes sejam inferiorizados e pressionados, logo, criar uns 'junkiesinhos' aqui e ali faz parte do processo.

O efeito colateral desse "sucesso", que dentre outras coisas destacam-se a prisão das dívidas e do trabalho, não é muito difundido por motivos óbvios. Boa divisão para a manutenção do acúmulo (não menos doentio) de pouquíssimos: os escravos e os "sem sucesso".

Bom, sem mais profundidade, me veio a mente o documentário amador de Chris Bell, "Bigger, Stroger and Faster".
Sem querer, Chris debate a versão esportiva do sistema monetário/mercantil (digo "versão", mas de fato o esporte hoje está intimamente ligado a esse sistema) do 'vencer a qualquer custo' e a hipocrisia do seu meio.

As drogas no caso são os esteróides, estimulantes e outros fármacos.

São apresentadas entrevistas com atletas, médicos e cientistas, e principalmente, desvenda-se parcialmente como se criam super-heróis hipócritas e uma inevitável legião de "perdedores".

Também vale pela desistigmatização destas drogas, que segundo pesquisas não consta na lista das 100 que mais causam efeitos colaterais e muito menos das 10 que mais matam. 

Ah, apenas para constar o terrorismo e o despreparo tradicional da mídia, há pouco tempo aqui no Brasil apareceram vários casos de moleques que morreram por uso de "anabolizantes". Na verdade eram vitaminas.
O ADE (vitamina A, D e E em base oleosa para uso veterinário) é absurdamente usado por alguns desesperados ignorantes, e associado ao seu baixo preço, a desgraça está feita.
Vitaminas podem ser tóxicas. Principalmente as lipossolúveis.





Se apenas há glória aos "vencedores", porque se recrimina aqueles que fazem qualquer negócio para obter a vitória?
Hipocrisia?
Chris fecha o documentário apenas dizendo que os esteróides são apenas um efeito colateral da sociedade americana.

O documentário é de 2008 se eu não me engano, mas me veio a cabeça esta semana.