Marcelo Gleiser hoje, para mim, pode ser a síntese da ciência moderna.
Um bom exemplo do que a ciência estuda, de como ela realiza esses estudos, de como ela está relacionada com a vida cotidiana e com as outras áreas do conhecimento humano.
Usa nobremente o seu recém adquirido status de pop star brasileiro (apresentou programas de TV, ministrou palestras, autor de best sellers, professor universitário e cientista respeitado) para divulgar, entre outras coisas, a ciência moderna, a necessidade de investimento público em educação (ele cobra dos colegas cientistas essa postura e já foi ao senado) e a necessidade de se cuidar do planeta.
É acessível, didático e carismático, um verdadeiro discípulo do Carl Sagan.
Nesses vídeos ele apresenta as inovações da ciência moderna, quebra os paradigmas nacionais sobre a educação norte-americana (eu não sabia, mas a universidade americana é mais ou menos o que eu defendia de modelo aqui no Brasil), demonstra a importância da física teórica para o cotidiano e tenta responder aos anseios teístas do lugar de Deus na vida.
Gosto de seu posicionamento a perguntas típicas. Por exemplo, sem meias palavras ele diz: não há necessidade de um criador para o universo e as probabilidades da existência de vida inteligente fora da Terra são quase desprezíveis (importante citar que ele defende que para a vida, a inteligência não é essencial e muito menos de alguma forma é importante).
No programa da Marília Gabriela:
E na Band em 5 partes:
Estou ansioso pelo seu novo livro, que parece tratar de um assunto que me interessa muito, o que é a realidade, como construímos a realidade e como ela pode ser construída por outros seres vivos.
Alguns dizem que a ciência é uma religião.
Sob certo aspecto pode ser, mas não conheço nenhum físico que tenha defendido a fusão a frio tenha feito um atentado a bomba a outro grupo que o desqualificava, nunca ouvi falar de universidades que foram a luta armada por posições divergentes e desconheço alguma religião que assuma a impossibilidade de verdades absolutas e muito menos de conhecimentos acumulativos.
Mas se quiserem assim a definir, sim, até que me demonstrem uma mais adequada esta é a minha "religião".