terça-feira, 30 de dezembro de 2014

E voa mesmo...

Há pouco tempo fui no show "20 years of Jethro Tull" no Olympia.
Sai da facu faltando em aulas pra variar (nunca estudei na minha vida, nem sei como consigo sobreviver até hoje).

Meus amigos, futuros PhDeuses em Física, me encontraram dormindo na porta.
Fui de busão cedo e pra variar, sem grana, nada pra fazer a não ser esperar dormindo na porta.

O Jethro Tull lançou esse ano um álbum em comemoração a seu 40º aniversário.



Pois é, meu há pouco tempo foi há 20 anos...
Depois de uma certa idade, provavelmente após a auto consciência se afirmar totalmente, o tempo vira algo meio esquisito.

Enfim, acho uma pena o Tull não ser popular entre os jovens de bom gosto.
Uma rock único, as vezes sofisticado e poético e às vezes irônico e agressivo.
Com a flauta de Ian Anderson e sua voz em falsete inconfundível (falando, é a voz mais grossa/grave que já ouvi na vida) é uma banda enigmática para se classificar.

Certo ano ganhou o prêmio de a melhor banda de heavy metal na MTV em cima, pasme, do Metallica.
Nem foram receber o prêmio.
Ian é genial e não daria crédito a essas baboseiras.

Tull é uma banda de hard rock-folk (!?) que trilha com competência o jazz, folk, blues e o hard rock.

Não deixem de aproveitar sua longa carreira antes que o Sr Anderson resolva apenas manter sua empresa de pesca.


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

"Amigo"

Um velho amigo me escreveu depois de muito tempo me convidando para seu casamento.
Muito tempo sem se comunicar, sem visitas, e obviamente sem nenhuma vontade de sustentar uma amizade. A de verdade e não as do facebook da vida.

Comunica que sua mãe faleceu, pede endereço (que já passei há tempos e claro, colocado no "cesto arquivo") para mandar convite de (mais um) casamento e fim.

Essas pessoas fazem essas coisas por algum desejo mórbido de saber como você está, não no sentido da preocupação e bem querer, mas uma simples curiosidade mórbida de quem quer se comparar.
Criaturas bizarras que são sempre miseráveis se não se comparam a outras.
Mas de fato, gente que se resume a trabalho e a acumulação só faz isso pros outros.

Vamos chutar para documentar aqui: o primeiro casamento juntou os trapos e fim. No segundo pega uma mocinha mais nova daquelas cujo sonho era casar vestida de bombom sonho de valsa e provavelmente vai querer procriar. Possivelmente conheceu pela internet, o lar dessa gente fake que cria perfil "real" nas redes (anti)sociais.

Não vou.
Admito que cogitei em ir. Uma espécie de motivo "histórico".
Bem ou mal ele faz parte da minha história e de alguma maneira portanto faz parte da minha construção.

Possivelmente encontrarei gente que não vejo há séculos e que vai me falar do trabalho, do carro novo, das crianças, etc. Tudo o que absolutamente não me interessa.
É como aquelas reuniões da turma de escola de trezentos anos atrás. Um festival de gente que você não sabe quem é, pois aqueles de sua memória são outros indivíduos.

São como aqueles filmes classe B que um alienígena se apodera do corpo das pessoas e agora, todos "possuídos", fazem a mesma coisa, vestem-se da mesma maneira, etc.
De repente você se pergunta que merda está fazendo lá...

Claro que pra eles eu também sou uma espécie bizarra, mas como eu sempre digo, citando Krishnamurti, "não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente".






segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Saúde universal

Sei que sugerir coisas "velhas" pode não parecer um grande post, mas esse vale a pena.
Eu já li dois livros do Michael Moore e havia assistido a dois de seus documentários, mas esse sobre o sistema de saúde ainda não.

Em Sicko, Michael Moore "descasca" o sistema de saúde americano e o compara com o do Canadá, França, Inglaterra e até Cuba.
Uma boa forma de se inteirar mais na briga do Obama vs Lobby da saúde privada norte americana e ver que seguir esse "exemplo" não é um bom caminho.

Pra quem defende a mínima influência do estado, ou seja, o neoliberalismo na sua forma atual (a do capitalismo fundamentalista) ou pra quem acha que o SUS é o fundo do poço esse documentário é uma ótima fonte de reflexão.

A parte em que Moore leva os 'americaninhos' para o "território inimigo" (Cuba) é impagável e tragicômica.



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A ansiedade do status

Mais um documentário excelente do filósofo Alain de Botton sobre a vida contemporânea, em especial o status.

Mais um que põe abaixo a meritocracia...

"Contrariamente ao que uma mente otimista nos ensina, tudo acaba por se tornar pior.
Vamos morrer, nossas obras serão esquecidas, tudo aquilo porque lutamos será ignorado e talvez ridicularizado e mesmo nosso nome será pisado.

Seja qual for nosso status, estamos todos destinados a acabar na mais democrática das substâncias: o pó.

Se há alguma coisa tranquilizadora na ideia de que todos vamos morrer, é talvez porque algo dentro de nós reconhece instintivamente que muitas das nossas preocupações estão ligadas a coisas que, num esquema mais vasto, são coisas mesquinhas.

Pensar em nós numa perspectiva de, daqui há mil anos, regressados ao pó numa sepultura esmagada é ter uma rara visão calmante da nossa própria insignificância." - Alain de Botton



"Não há riqueza, mas sim vida, incluindo todos os seus poderes de amor, de alegria e de admiração." - John Ruskin






Para completar, Sêneca e a raiva:


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ateísmo 2.0

O filósofo Alain de Botton (já sugeri um documentário dele sobre Epicuro e a felicidade) nos dá uma palestra sobre o novo ateísmo no TED.



terça-feira, 21 de outubro de 2014

Democradura ou ditocracia

A China recentemente baixou um decreto que limitava os candidatos a governos em Taiwan, ops,retificando, Hong Kong, em número e dentro de suas indicações.
Tumulto, protestos e ocidentais dizendo como aqui na democracia é diferente.

Mais uma semelhança do comunismo e do capitalismo. Como eu digo sempre, eles são primo-irmãos, ou faces da mesma moeda.
Um acumula o capital no estado e o outro na iniciativa privada (leia-se os 1% que detém os 40% das riquezas).

Agora mais claramente vemos que na China o estado indica em quem você pode votar, e no Brasil, os tubarões do capital é que o fazem.
Os 3 candidatos em quem você pode 'livremente' votar são financiados pelas mesmas empresas, as gigantes do mercado financeiro e as construtoras. Curiosamente envolvidas em toda a sorte de suspeitas (ou confirmações) de fraude.

Então, esteja você vivendo em uma democradura ou numa ditocracia, você é livre para escolher a quem lhe é disponibilizado a tal.

Quero lembrar que o nosso modelo democrático derivou dos gregos, que eram muito específicos sobre quem podia participar das decisões: a elite.

Agora, no segundo turno, vejo eleitores que mais parecem torcedores do Palmeiras e Corinthians: escolhem pela fé e argumentam com a bunda.
Um viés diferente aqui e ali, o básico permanece: politica desenvolvimentista, neoliberalismo, nepotismo, etc.

Meus anos de engajamento já se foram.
Minha esperança (a ferramenta dos tolos, se eu não me engano, como dizia Nelson Rodriguez) também.
Em curto prazo (aquele das nossas vidas) não vejo evidências de algo bom para a humanidade.

Neste modelo atual prefiro usar meu direito à alienação e também ficar o mais longe possível das pessoas, que em sua esmagadora maioria me causam depressão e angústia no desperdício do uso da massa encefálica.



"Iremos gradualmente tornar-nos indiferentes ao que se passa na mente de outras pessoas quando adquirirmos um conhecimento adequado da natureza superficial dos seus pensamentos, da estreiteza de suas opiniões e do número de seus erros. Quem atribui muito valor às opiniões dos outros está a honra-los demasiadamente."Arthur Schopenhauer

sábado, 6 de setembro de 2014

O que eu mais tenho

Ontem liguei para um amigo que não vejo há uns meses.
Após colocar as informações em dia resolvemos combinar um encontro. Como sou muito sincero reclamei que das últimas vezes ele não pode por sua falta de tempo.



Recentemente com a segunda cria e empregadão como a esposa queria (sempre foi autônomo), ele soltou que "agora o tempo não é mais nosso".
Pensei mas resolvi nem retrucar, que o tempo não é mais dele, pois o meu continua meu.

O 'nosso' que ele se refere são os milhões de compromissos que ele se impõe e 'meu' quando eu me refiro, digo que o compartilho com as coisas e pessoas realmente importantes.

Claro que cada um tem suas prioridades, mas nota-se nesses sujeitos um certo amargor inevitável na questão e uma idolatria idiota a 'ter muitos compromissos'.
A única coisa que você não compra, aluga, ganha, empresta ou acha é o tempo, e nada mais estúpido do que achar valor em não ter algo tão escasso.

Quando alguém fala em combinar algo eu já acho desagradável e digo sempre, quando 'tiver tempo' me avise e passe aqui.
Eu tenho quase todo tempo do mundo. Sou rico nesse quesito.

A angústia de não conseguir lidar consigo mesmo e o tédio quando não se faz outra coisa a não ser lucrar (no sentido utilitarista) coloca essas pessoas nesse beco estranho de achar bom não ter aquilo que mais o ser humano tem de escasso.

Já dizia Bertrand Russell que o ócio deveria ser ensinado, já que ele perdeu espaço totalmente para o utilitarismo, e sem o ócio, o tempo de reflexão, meditação e contemplação, não há criação.

Isso é mais importante ainda para os que procriaram.
Entopem as pobres crias de milhares de afazeres, na tentativa inútil de as tornarem menos tapadas que a si mesmo, sem levar em conta que o cérebro só processa e cria cultura quando, após absorver as informações, tem tempo para as "digerir".

Nicholas Carr em "Geração superficial - o que a internet está fazendo com nossos cérebros" detalha bem o funcionamento plástico do nosso cérebro e a necessidade de intercalar informação e tempo de reflexão para que a cultura seja gerada.

Se bem que Arthur Schopenhauer em seu ensaio "Sobre livros e leitura" é bem mais agressivo quando coloca, entre outras coisas, a idiotice de se ter uma tormenta de informações sem que haja um processamento de qualidade a cerca delas.

Até os 7 ou 8 anos não somos nada. Um projeto de gente praticamente sem consciência.
Várias pesquisas mostraram que é mais ou menos nessa idade que atingimos um poder de raciocínio/consciência de um polvo, além do mais, alguém se lembra algo anterior a essa idade?
Vamos ponderar que o que "lembramos" é uma informação reprocessada, ou seja, pode ser uma fantasia ou no mínimo uma nebulosa imagem de um fato passado.

Então vamos arredondar que existimos depois dos 10 anos e não existimos após os 70 anos (estatisticamente).
Eu e meus amigos estamos todos na casa dos 40 ou 50 anos.
Estamos verdadeiramente mais pobres do que importa. Da "economia" da vida já consumimos 2/3 ou mais de nossos recursos.

Você acha sábio "não ter tempo"?






sábado, 30 de agosto de 2014

Em vinil!

A partir de 13 de outubro a banda Iron Maiden lançará em vinil 180g, através da Parlophone Records, uma nova prensagem dos clássicos da banda.


Estão inclusos na lista: Iron Maiden, Killers, The Number Of The Beast, Running Free b/w Burning Ambition, Sanctuary b/w Drifter (Live) e I’ve Got The Fire (Live), Women In Uniform b/w Invasion, Twilight Zone/Wrathchild double A side, Purgatory b/w Genghis Khan, Run To The Hills b/w Total Eclipse, The Number Of The Beast b/w Remember Tomorrow (Live), Piece Of Mind, Powerslave, Live After Death, Flight Of Icarus b/w I’ve Got The Fire, The Trooper b/w Cross-Eyed Mary, 2 Minutes To Midnight b/w Rainbow’s Gold, Aces High b/w King Of Twilight, Running Free (Live) b/w Sanctuary (Live), Run To The Hills (Live) b/w Phantom Of The Opera (Live), Somewhere In Time, Seventh Son Of A Seventh Son, Wasted Years b/w Reach Out, Stranger In A Strange Land b/w That Girl, Can I Play With Madness b/w Black Bart Blues, The Evil That Men Do b/w Prowler ‘88, The Clairvoyant b/w The Prisoner (Live), Infinite Dreams (Live) b/w Killers (Live).

Quem é clássico pode.

Já tenho a maioria dos vinis (caracas, que plural horrível!), quem sabem completar a coleção...

Up the irons!!!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Meritocracia

Acreditar na meritocracia, ou seja, que essa sociedade respeita o mérito e é ele que permite a mobilidade social, não é só tolice, também é uma mistura de egocentrismo, egoísmo e ganância.

A ascensão possível é dentro de uma faixa muito pequena. Um patamar minúsculo. Alguns burricos mordem a ponta da cenoura...

A maior parte das pessoas fica mortalmente ofendida quando digo que isso não existe. Seu ego enorme as faz crer que isso lhes tira algum mérito (e aqui entra a palavra em sua melhor acepção).

Na verdade, o conceito de mérito no âmbito social se refere a condições iguais numa disputa (vide a Monsanto), o que salvo a absoluta ignorância, não há como crer que isso seja verídico.
E como consequência, o conceito religioso de "esforço" também cai por terra.

Mais um belo documentário repleto de boas fontes para se refletir.
Qualquer discurso neoliberal semelhante ao daqui NÃO é mera coincidência.





Não é possível achar que em um futuro próximo a vida seja melhor.
Nas últimas décadas, nem sequer pode-se dizer que vivemos no capitalismo.

Não sei como alguém põe filhos no mundo... me parece egoísmo.
Talvez fosse mais decente lutar por reformas sociais profundas, mesmo que como luta entenda-se abrir mão dessa corrida pela cenoura...


domingo, 10 de agosto de 2014

Viver é acumular perdas

Quem tem filhos de outras espécies poderá compreender o que digo.

Uma das últimas vezes que Klaus saiu até o quintal.

Depois de alguns meses de sobrevida com muitos cuidados por causa de uma crise renal, morreu com quase 15 anos.
Nos últimos olhares poucos dias antes já existia um "Estou cansado. Quero dormir."
Carl Sagan em sua última entrevista, já com o câncer em avançado estágio,  disse: "A morte é um sono sem sentido". Em poucas palavras nunca vi uma descrição tão precisa.

Insuficiência renal é a causa mais comum de morte em gatos e costuma aparecer geralmente a partir dos 8 anos.
Como os gatos são muito resistentes, dificilmente reclamarem de dores e incômodos e não aparentarem nada até as coisas ficarem graves é bastante difícil se prevenir desse mal e de vários outros.

A insuficiência renal só dá sintomas quando mais de 75% dos rins estão comprometidos, e nem nos exames de sangue aparece até então.

Como sempre, os últimos dias foram bastante difíceis, uma vigília de morte.
Soro, glicose, vitaminas, etc. Apesar de saber o desfecho sempre resta alguma esperança. Como toda fé, baseada no que desejamos, sem nenhum suporte racional.



Mas chega um momento em que a razão deve prevalecer em nome do outro.
Nossa dor da perda e o medo da culpa deve ser suportado em prol do outro que apenas sofre em agonia inútil. No quinto dia sem comer e segundo sem beber, quase sem reações, sem nenhum sinal de melhora e com sinais de úlceras gástricas, optou-se pela eutanásia.

Em alguns momentos de consciência e juntando toda a parca energia disponível ele, assim como todos os gatos, se arrastava para o chão frio a fim de reduzir sua temperatura e acelerar a morte.

Em alguma estrela de pelo menos 20 vezes a massa solar os carbonos do Klaus foram forjados e lançados ao espaço no seu processo final. A beleza única do acaso, da evolução e do florescer da consciência o pariu, assim como a mim e a você.
No fim, depois de aproveitarmos essa imensa sorte, devemos devolver o que pegamos emprestado do universo.

Não há justiça no mundo. Não há sentido no universo.
Somos apenas poeira estelar. Nunca me canso de pensar nisso e lembrar da sorte da existência e de como não se deve perder tempo com coisas idiotas como trabalhar para acumular.


Sagan, em uma de suas últimas dedicatórias a sua esposa, Ann Druyan, escreveu: "Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir esse planeta e essa época com você.".

Klaus, foi um prazer compartilhar esse universo durante esses quase 15 anos de sua existência.

Os gatos são territorialistas e gostam de rotina, além do mais, não destino meus parentes ao lixo hospitalar.
Sei que não existimos mais após a morte, mas prefiro que, mesmo que simbolicamente, você continue em casa.

RIP


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Design "inteligente"

É raro eu entrar nessas discussões toscas que aparecem na net, mas as vezes fico surpreso. Ainda.
Um menino defendendo o design "inteligente" e a "lógica" da fé me faz perder a esperança na humanidade.

Claro que a argumentação é falha e repleta de inconsistências, mas a insistência do rapaz em dizer que seus dogmas são científicos é o que me desconcerta.

Não que a ciência não tenha seus dogmas, por exemplo, parafraseando Marcelo Gleiser, alguns cientistas defendem a grande teoria da unificação como um monoteísmo científico.
Ou ainda as "verdades parciais" como a gordura faz mal. 
Que o protocolo de eliminação do sal para hipertensos é absoluto.
Isso sem falar nas meias verdades experimentais com objetivos mercantilistas e de auto promoção como a fusão a frio ou o exosqueleto do Dr Nicolelis.

Enfim, sugeri a ele que entrasse numa boa universidade e escrevesse uma tese sobre o Design estúpido.


O Design estúpido seria mais fácil de defender do que o design inteligente.

Ele poderia incluir que, Chapolin O Poderoso, criou um olho que enxerga apenas uma diminuta faixa no espectro eletromagnético, nos deixando cegos para as restantes.

Que Chapolin, apesar de ter criado um sistema digestivo entre os carnívoros e os herbívoros, não o fez muito apto a digerir várias fibras vegetais e não nos fez aptos a pescar eficientemente, já que não conseguimos foco embaixo d'água, temos desenvoltura tosca nesse ambiente e impossibilidade de manter minimamente a própria vida nele.

Como além de tonto é um comediante, mesmo que de quinta categoria, nos fez centralizados em uma coluna vertebral para quadrúpedes e nos criou bípedes.

Por ironia, nos dotou de um cérebro maior que o Dele para que, apesar de apenas uma minoria, víssemos o quão deficiente somos.

Criou um universo e mesmo um mundo que em sua maior parte é inóspito a nós só pra sacanear.

Fez com que nossas células tivessem todo tipo de problemas de auto replicação, para que em certa idade e em vários casos em qualquer idade passássemos a ter "coisas estranhas habitando" nosso corpo e por fim acabássemos em total decrepitude ou subitamente na aurora de nossa juventude.

Chapolin o Grande também não programou nenhuma espécie de ética, fazendo com que dependêssemos uns dos outros para aprendê-la o que fez com que cada agrupamento humano em cada época criasse os valores que bem entendesse mesmo que esses valores se contradissessem ou exterminassem qualquer irmão de raça.

A essa última característica assim como algumas outras dúbias no pensamento, chamou de livre arbítrio, para que a culpa recaísse sempre sobre nós mesmos, o que além de sádico demostrou total falta de lógica, o que faz sentido para Chapolin o Criador.

Além de várias outras imperfeições toscas nos seus filhos, como grande sacanagem final dotou as espécies de um processo evolutivo que fizesse milhares de versões inaptas para que uma ou outra fosse apta a seu ambiente.


Aff, olha, isso é piada, mas não se admirem se isso for parar em alguma banca por aí.
As imperfeições e falhas são a síntese do universo, e isso não é ruim nem bom, apenas é o que é, portanto, defender o Design Estúpido do Grande Chapolin Criador Todo Poderoso é mais coerente que o design inteligente.

Perfeição é estagnação, imutabilidade.
Evolução não é melhoria é adaptação sem viés moral.
Todo universo é mutável pelas suas assimetrias e imperfeições.
A natureza, seja lá qual for de suas muitas variantes geológicas, é bela e possível pois é imperfeita, só isso já derruba qualquer design inteligente.
Quem sabe o design estúpido seja mais viável.

Acho que era melhor o jovem rapaz ter apenas dito que acredita porque acredita e ponto final. Era mais nobre e economizava energia.
Misturar fé com razão é completamente inconcebível.







sábado, 26 de julho de 2014

Educação

Um bom documentário sobre a "indústria" da educação na China.
Qualquer semelhança com o sistema e o mar de faculdades particulares vagabundas do Brasil NÃO é mera coincidência.

Dá pra notar também, que a balela a respeito do PIB não significa nada para o bem estar da população, nem aqui nem lá.


sábado, 21 de junho de 2014

Brazil,il,il,il

Apesar de não ser muito ligado em futebol, gosto do esporte.
Ufanismo à parte não resisto a jogo de copa do mundo. Na verdade até do Cazaquistão contra o Vietnã.

Não confio em nada onde role muito dinheiro. Infelizmente, com o capital em jogo não convém se arriscar. Devemos lembrar que a tal da livre iniciativa só é de fato livre e sem riscos para uma pequena parte do mundo que detém boa parte das finanças.

Apesar disso acabo torcendo e ficando nervoso.
Sei lá, deve ser alguma ilusão infantil de que realmente é um esporte limpo, onde pessoas competem entre sim em condições de igualdade e todas as nações se confraternizam de maneira sadia.

  • Torço apesar de saber que 10% da população brasileira deter 45% das riquezas.
  • Torço apesar de saber que existem mais de 500 bilhões de dólares desses 10% em paraísos fiscais.
  • Torço apesar de saber que as atividades mais lucrativas do país são o tráfico de droga e a agiotagem (incluindo a agiotagem legalizada das instituições financeiras).
  • Torço apesar de saber que a meritocracia (seja no esporte ou na vida cotidiana) é um devaneio digno dos tolos.
  • Torço apesar de saber que os demais torcedores são em sua imensa maioria hipócritas com discursos ecológicos e de bondade tão vazios quanto suas vidas.
  • Torço apesar de considerar toda forma de nacionalismo/regionalismo algo provinciano e estúpido.
  • Torço apesar de saber que os atletas que se enfrentam estão preocupados de fato é com sua imagem, salário e com seus bônus, para que às vezes criem algum instituto de distribuição de esmolas.
  • Torço apesar de saber que, mais uma vez, quem lucra alto com esses eventos são as grandes construtoras, patrocinadores e veículos de transmissão, enquanto a patuléia permanece como o burrico que corre atrás da cenoura, para que, por fim, os 10% acumulem mais que  45%.


Torço enfim porque uma fantasia de vez em quando não mata.





terça-feira, 10 de junho de 2014

Pequeno infante

Ter ou não ter filhos é uma escolha pessoal. Isso é óbvio.
Tenho vários amigos que os tem e outros não.

Como ultrapassei a barreira dos 40 e vários amigos meus estão nesta faixa, considero que até conheço bastante gente que não tem filhos se comparado a estatísticas típicas de países subdesenvolvidos (vamos ser claros, "em desenvolvimento" é eufemismo).

Eu e minha esposa sempre tivemos essa posição clara e absolutamente concreta: procriar nem a pau.
É claro que sempre aparecem os 'psicologismos' do tipo teve uma infância ruim ou sofreu quando era criança, etc, ou ainda, as dúvidas veladas sobre fertilidade.

Enfim, opções à parte, o interessante é o desenrolar da vida desse modo, e analisar o desdobramento da coisa.

A primeira coisa que ocorre é que as amizades passam a mudar de faixa etária. Seu círculo passa a ser de pessoas mais novas, que geralmente não tem filhos.
Os amigos 'descriançados' claro permanecem.

O motivo é mais ou menos óbvio. Em geral (portanto não estou dizendo todas as pessoas, mas sim a maioria), as crianças monopolizam a atenção e os pais se deixam levar por essa ditadura, e o pior ainda, é que os assuntos se limitam ao universo infantil, diga-se de passagem extremamente desinteressante.

Claro, existem as exceções onde os pais sabem que a criança deve ouvir não e portanto ou tem seu chiqueiro separado do convívio de quem não tem nenhuma simpatia por ficar ouvindo grunhidos, choros, gritos, má dicção, nenhuma ou pífia contribuição útil à conversa e não quer nada seu quebrado ou fuçado por ninguém seja de que tamanho for.

Muitos pais interpretam o 'não gostar de criança' com o 'não gostar do seu filho', ou seja, uma coisa pessoal, e aí a coisa desanda por completo.

Num pais cheio de tolerância ao mal comportamento infantil é normal essa confusão.
Mas uma criança que não sabe se frustrar fatalmente vai virar um adulto problemático no mínimo, ou violento no pior dos casos.
Na Alemanha, por exemplo, existem muitos hotéis que não aceitam crianças.

Aqui no Brasil eu fui numa pousada em Ilha Bela que não aceita menores de 12 anos.
Os proprietários tem filhos, mas reconhecem que crianças enchem o saco de quem não gosta e costumam causar severas perdas materiais (os merdinhas estão sempre quebrando algo) e ecológicas (os merdinhas estão sempre atazanando algum bicho).

Aliás, não gostar de criança não deveria ser visto como algo tão estranho e pecaminoso.
Gostamos de alguns adultos e outros não. O mesmo seria válido para crianças se não fosse o agravante da falta de educação (óbvio, pouco tempo para a absorção de informação e elaboração de uma cultura) e seu fatal desdobramento: sadismo, inoportunismo e outros comportamentos antissociais.

Outra face curiosa é observar como a procriação é escolhida.
Quem não tem filhos tem uma posição racional e concreta sobre a opção, já quem tem filhos muitas vezes foi o tal do "se acontecer tudo bem".

As opções são de acordo com a suas prioridades e filosofias de vida. Cada cabeça uma sentença, mas sinceramente, existem mais razões para não ter filhos do que tê-los, então se você é jovem e pretende seguir os "trilhos sociais" (casar, ter filhos, seguir uma carreira tradicional e todos esses dogmas) se pergunte porque tê-los e não o oposto.
Lembre-se que 'gostar' não é argumento válido, já que se refere a colocar um ser humano no mundo e não comprar uma boneca. A partir daí, faça sua escolha.

Qualquer ser humano racional sabe que a curto prazo o mundo está se tornando um local cada vez mais insalubre.



segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ouvir é uma arte e um carinho

Há um tempo postei sobre ouvir na atualidade.
O Alex Castro postou hoje de maneira um pouco mais "romântica" sobre isso.

Minha companheira é deficiente auditiva.
Uma perda moderada que compromete a discriminação vocal.
Estávamos falando justamente sobre isso, ou seja, que ouvir é uma arte e um ato de carinho.
Eu sou surdo para um russo.
Eu tenho que querer entendê-lo antes de mais nada. Friso: querer entendê-lo.
O ato importante é que eu me importo em querer saber aquilo que ele quer dizer.

Num mundo impessoal, narcisista e repleto de "verdades", ouvir é uma qualidade rara.
Ouvir é colocar seu tempo - a única coisa que de fato não pode ser comprada, alugada, roubada, emprestada ou recuperada - à disposição do outro e acima de tudo dar atenção.

Para ouvir é necessário desejo mais do que bons ouvidos.
O cérebro, que é de fato o órgão que ouve, já que o ouvido é um transdutor ou interface entre as ondas mecânicas e a bioquímica neuro cognitiva, acumula funções culturais e emocionais relativas a audição, portanto, para ouvir temos que ter capacidade intelectual e boa vontade.

O normal atualmente é que a ansiedade em expôr a "própria verdade" acabe com essa troca, e aí, ficamos surdos.

Assim como queremos mostrar desesperadamente as fotos de família de comercial de margarina passeando na Disney nas toscas redes (anti)sociais, não ouvir permite que se exerça o marketing pessoal da propaganda do quão fina é a nossa nova TV, das maravilhas do novo tablet que faz 'plim', ou ainda o como somos letrados em determinado assunto.

Gostei de ler exatamente hoje de alguém mais 'letrado' na arte da poesia e do romance este tópico tão em voga por aqui, no meu buraco.
É sempre um bom sinal que alguém, ainda que poucos, se importa em ouvir com atenção, paciência e sem viés moral ou julgamentos desqualificados.

Se fosse há uns bons anos atrás eu diria que era sincronicidade.
Que importa.
O que importa é que existem ainda alguns poucos ouvintes no mundo.



segunda-feira, 12 de maio de 2014

Metal on the Wall Street

Estava prestes a compilar umas coisas sobre Heavy Metal, catarse e violência.
Violência ritualizada, controlada.

escrevi meu desabafo e depois de ler o que vem a seguir talvez não precise mais.

Meus amigos metaleiros quarentões, cinquentões e os moleques de bom gosto, estamos no Wall Street Journal!

Leiam o bom comentário/tradução na matéria "Heavy Metal pode ser uma coisa boa pra você".

Foto/ilustração retirada do wikimetal.
Gatófilos vejam mais aqui.

domingo, 4 de maio de 2014

Eu não tenho preguiça!

Ouço com frequência a expressão "eu não tenho preguiça".
Nada mais falacioso e hipócrita. A mais pura herança da educação cristã em ação.

Todos temos preguiça alguma vez ou para algumas coisas.
Mas essa doutrina do trabalho corporativo parece que fez mais um mal, o da 'hiperhipocrisia'.
Associada à eterna vergonha do brasileiro em trabalhar (pesquise que isso vem desde a colonização), juntou-se o inútil ao desagradável.

O trabalho corporativo é o único aceitável, pois dá uma sensação de engajamento num grupo, status e um local de desfile de sorrisos facebook (aquele mesmo que às vezes você faz ao seu vizinho).

Com isso ninguém faz mais nada, desde cozinhar até um garage work (como dizem os norte americanos). As desculpas são as mais variadas, mas no fundo é preguiça e a vergonha de qualquer atividade não corporativa (a que justificaria, com suposta dignidade, a ação de trabalhar).

O preço pago é mais alto que os das bugigangas inúteis e que você não precisa, comprados para compensar a frustração de uma vida que se perde por entre os dedos.

Come-se mal em casa, come-se mal fora de casa (ou page-se um absurdo por isso), fica-se cada vez mais sedentário, perde-se criatividade, perde-se prazer em realizar algo manualmente e perde-se a oportunidade de aprender mais alguma coisa.

A alegria das corporações.
Um sujeito cheio de dogmas, escravo, estúpido, inútil e consumista.
Inútil?! Na grandiosidade da palavra, para ser um bom empregado você precisa antes de mais nada ser mediano e cumprir estritamente o que te pedem. Balela essa de pró-ativo.

Ser mediano é não ser muito ruim e nem ser muito brilhante, ou seja, é ser medíocre, não ameaçar ninguém e ser polido.
Como disse Bruce Dickinson (Iron Maiden): "qualquer macaco pode ter MBA".
Ri muito com seu desabafo na Campus Parti pois sempre disse o mesmo com a área que trabalho: qualquer símio hoje faz um software.

Segundo recentes estudos sobre a plasticidade do cérebro, algumas partes do mesmo só se "exercitam" quando se faz trabalhos manuais, portanto, o dito 'trabalho intelectual' é mais uma bobagem para desvalorizar os artesãos e trabalhadores braçais, além do mais, serve como alerta pro seu filho gordo jogando videogame.

Estou com preguiça de desenvolver mais esse texto.
Einstein estava com preguiça em sua mesma no escritório de patentes quando pensou na relatividade.

Mas você meu caro e estimado trabalhador, você não tem preguiça.
A hipocrisia e o medo realmente são marcas registradas da sociedade atual.



terça-feira, 29 de abril de 2014

Espanhistão

Sou chato?! Repetitivo?!

Bem, parece que pelo mundo outros chatos estão se manifestando.
Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência...

Mana Coisa que garimpou esses vídeos aí!





Com a China podemos ver que PIB, crescimento de mercado e outros indicativos econômicos NÃO são medida de bem estar da população e que milagres não acontecem nem aqui e nem na... seria um trocadilho infame...
Aliás, mostra como capitalismo e comunismo são faces da mesma moeda.




Nada na vida é como você quer que seja, e o pior é que quase nada é o que parece ser.
A fé te deixa cego. Mesmo que a fé no caso seja no "Deus Mercado".

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A ignorância é atrevida, arrogante e ditadora, e também mal intencionada

Há poucos dias minha esposa me perguntou incomodada sobre o que devia fazer com relação há um cliente que criticou seu trabalho. Na verdade o cliente do cliente.
Eu perguntei qual o motivo e ela me disse que havia um erro em 10 mil palavras (ela é tradutora).
Perguntei o que mais e ela me disse que houveram questionamentos vagos.
Eu recomendei que ela exigisse tudo o que houve de errado tanto para ter evidências do problema quanto para poder melhorar seu trabalho.

Nunca houve tais evidências.

Chegamos à conclusão, após uma análise do seu trabalho, que houve má fé por parte do contratante ou do cliente do contratante com fins de conseguir abatimento no preço ou até mesmo a suspensão total do pagamento.

Minhas faxineiras estavam em casa (sim são duas, o que é bastante diferente já que são gêmeas que trabalham juntas e não eu que sou um abonado contratante) e elas são testemunhas de Jeová.

Elas ouviram a conversa toda e concordaram com os questionamentos e as conclusões. Aproveitei e arrematei discretamente sobre o quão absurdo seria em concordar com qualquer coisa sem o mínimo de evidências, ou seja, de plausibilidade.

Como uma pessoa que é acusada de algo e é presa sem saber qual é a acusação e quais são as provas.

Elas concordaram mas em pouco tempo um silêncio e um incômodo pairavam no ar.
Bingo! Consegui o que queria.
Evidentemente não se acorda ninguém de suas crenças com poucas frases, mas quando alguém guarda o mínimo de sanidade mental, percebe mesmo que inconscientemente (daí o mal estar) o disparate de suas crendices.



Ok, é imensamente provável que elas não façam nenhuma conversão religiosa, muito menos uma conversão "não religiosa", mas meu teste foi bem sucedido, a de que todos nascemos cientistas.

Até há pouco tempo atrás eu achava que a ciência estava avançando e que havia esperança para o pensamento crítico e investigativo no mundo, mas creio que não é bem assim.
Divulga-se e ensina-se a 'meia ciência', ou seja, continuamos com alguma espécie de fé, mesmo que seja na tecnologia, aceitando o que vem desta ciência tecnológica e instrumental como verdade absoluta, ou seja, dogma.

Questionar, perguntar e exigir evidências, o que é função da verdadeira ciência, é perigoso para a manutenção do poder e do status quo.

Além de toda sua contribuição científica, devemos celebrar Sagan como um divulgador do pensamento científico e uma pessoa socialmente ativa. Mesmo como professor já foi preso em manifestações contra a energia nuclear e foi ao senado diversas vezes para a exigência de condições de ensino.
Também conclamava seus colegas cientistas para uma maior participação social e política.  

"Ciência é mais do que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar.
Uma forma cética de interrogar o universo com pleno entendimento da falibilidade humana.
Se nós não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos dizem que algo é verdade e sermos céticos quanto aqueles que nos são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." - Carl Sagan

Tomas Jefferson dizia que não se deve apenas exaltar os direitos civis e liberdades individuais constitucionais, o povo deve ser educado e tem que praticar o seu ceticismo e a sua educação, de outra forma não controlamos o governo, o governo que é quem nos controla.

Continuando com Sagan: "As pessoas lêem cotações da bolsa e as páginas financeiras. Veja o quão complexo é isso... as pessoas conseguem ver estatística dos esportes... entender a ciência não requer mais energia intelectual do que isso... a questão sobre ciência, primeiro de tudo, ela está atrás de o que realmente é o universo e não do que nos faz sentir bem, e muito das doutrinas religiosas é que elas nos dizem o que nos faz sentir bem e não do que é verdade.

Acreditar, e isso é fé, quando não há evidência persuasiva é um erro.

Quem é mais humilde, o cientista que olha para o universo de mente aberta e aceita o que quer que ele traga ou alguém que diz que 'tudo nesse livro tem que ser considerado verdade literal' e nunca se importe com a falibilidade dos humanos envolvidas na escrita desse livro?

De fato há muito que não sabemos, mas isso não quer dizer que toda afirmação fraudulenta tenha que ser aceita. Devemos requerer os padrões mais rigorosos de evidências, especialmente no que é importante para nós."

Hoje leio muito "os cientistas afirmam isso", "os pesquisadores afirmam aquilo", "pesquisas indicam", blá blá blá.
Carl sempre dizia que devemos ser céticos inclusive com o ceticismo, e essa é a sua maior maldição. Estarmos abertos a novidades que nos contradizem ao mesmo tempo em que devemos ser críticos inclusive com as pesquisas.

Não buscamos nos informar sobre como a pesquisa foi feita, quem as fez, quem as patrocinou, sob quais condições, etc.
A deseducação sobre ciência, não ensinando ou divulgando meias verdades, é na verdade uma forma de minar algo que a ciência nos ensina sobre o poder também, já que questionar autoridades, sejam elas políticas ou religiosas, costuma minar a estabilidade e o controle.
Não é atoa que a pena de morte para ateus exista em 7 países.

A maior contribuição da verdadeira ciência é nos ensinar a aprimorar as perguntas e não aceitar as respostas.
As respostas são pistas e indicativos para melhores perguntas.

Compreender a nossa limitação intelectual é importante e, apesar de angustiante, a ciência nos ensina que o melhor é o caminho e não a chegada.

A ciência de verdade enaltece o caminho e o refinamento das perguntas porque compreende a imensa probabilidade de não se chegar a verdade absoluta em nada.

Não tema, é muito mais belo, poético, acalentador e ético sabermos que somos poeira estelar sem nenhuma motivação maior em existirmos e sem qualquer outro destino a não ser devolver as moléculas que emprestamos do universo para que outras vidas existam.

Em sua última entrevista, indagado em se pensa em como será morrer, já que sua condição de portador de mielodisplasia seria fatal, ele responde sereno como sempre foi: "Penso em como seria para minha família. Eu não penso em como seria para mim porque não acho que exista algo em que você pense depois de morrer. É apenas um longo sono sem significado. Eu adoraria acreditar no oposto, mas não existem evidências.
Uma das coisas que isso me fez, foi intensificar minha apreciação pela beleza da vida, do universo e da prazerosa alegria de estar vivo."

Não estimular o pensamento científico é uma forma perniciosa de manter inalterados a balança do poder e o status quo social vigente, o que favorece desde grandes corporações e poderosos grupos sociais até pequenos clientes desprezíveis capazes de tudo para lucrar uns trocados.