Fiquei bastante chateado com o falecimento do Dr Sócrates.
Nada de histeria descabida com pessoas que não se tem ligações afetivas, mas bastante incomodado.
Não sou torcedor de nenhum time e quase não acompanho nada do futebol (apesar de gostar do esporte como muitos outros), mas tenho simpatia pelo Corinthians desde a minha adolescência por causa do Sócrates, Zenon, Biro Biro, Amaral e outros, que além do futebol, tinham posições políticas e lutavam pelos direitos dos jogadores muito antes da lei Pelé ou lei Zico.
Diferente de outros grandes atletas como Pelé, Oscar ou o deslumbrado do Neymar (a lista chegaria a 99% das criaturas - boçais que só abrem a boca pra falar mer#@), Sócrates, médico formado, foi um cidadão que sempre esteve em atividade política ou profissional em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas dos jogadores de futebol.
Possivelmente foi um dos que contribuíram pra essas contas vultuosas dos atuais "craques-ascendentes-deslumbrados".
O fato dele ser alcoólatra, assim como meu pai que também faleceu em decorrência da cirrose, contribuiu pra essa sensação de tristeza.
O alcoolismo é uma doença grave, de difícil tratamento, grandes efeitos sobre a família e cheia de preconceitos, já que é associada constantemente ao julgamento moral e o caráter, e ainda por cima, seu agente ser socialmente aceito.
Sou ateu, não poderia dizer que ele foi "para local melhor", "está olhando por nós" ou qualquer bobagem parecida, mas aceito a morte como fim ou um 'não eu', como fim de todos os problemas e sono eterno, ou 'o segredo dessa vida' como dizia Raul Seixas, ou ainda, como o grande Carl Sagan disse, volto ao meu estado original, devolvendo a matéria emprestada e me reintegrando completamente ao universo.
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