sexta-feira, 23 de julho de 2010

Morrer é game over


Tô com dor nas costelas há duas semanas.
"Capote" fazendo minha estréia no motocross. Mas foi cinematográfica: atravessando um rio cheio que estava acima de uma trilha.

Meu partner tava todo equipado: bota, colete, luva, calça adequada e moto preparada com pneu de cravo, suspensão a gás e totalmente sem parte elétrica e acessórios.
Capacete nem vou falar, é óbvio.

Fui na raça: moto original, calça jeans e tênis. 
Como diz o brother, "O Coisa é muito bruto"! rsrs
Sei lá, nunca pensei em futuro e possivelmente por isso não dou a mínima em 'inexistir'.
Nada de coragem ou idiotices de adolescente rebelde, no mais, estou meio passadinho pra isso, simplesmente não me preocupo com esses medos tolos.
Me sinto estranho por esse desapego. Já tive culpa, achei que era alguma doença.

Já fiz paraquedismo (saldo solo, tandem é pra boiola), paraglider (esse na raça, sem curso - ok, derrubei uma árvore uma vez, mas tudo bem, tô aqui), rafting, cannyoning, rapel, tracking, mergulho avançado e sei lá mais o que.

Adoro essas coisas! Me sinto vivo! Na ativa.
E estar em ambientes naturais sem montes de pessoas também sempre me agradou.

Jon Krakauer escreveu em seu "No ar rarefeito" que morte natural não existe, e que os corpos dos alpinistas encontrados ao longo do Everest eram de fato dos que tiveram uma morte natural.
Como dizem os militares: KIA (killed in action).

Opa, mas neve eu dispenso. Desconforto radical também.

Tenho medo de não poder ser independente.
Creio que esse é meu limite. 
É a hora de parar.

Nada contra a terceira (quarta ou quinta) idade. 
O Coisa, por definição, sempre foi duro por fora e mole por dentro,  então, levantar pros mais velhos no ônibus, atravessar velhinhas na rua e tudo mais, sempre foi praxe.
Nem nada a ver com estética também. Não dou a mínima pra cabelos brancos (e esses já tenho aos montes) e rugas.
Barriga sem chance! Nunca tive e nunca terei. Sabe como é, old bodybuilder forever!

Digamos que é apenas a crença de que ir se despedaçando aos poucos não é minha praia.
Já basta o despedaçamento da alma que é inevitável.

... humpf, depois eu continuo...

2 comentários:

  1. Poisé... O futuro não nos diz respeito, assim como a morte. Não existem para nós e nunca existirão concretamente. É claro que a gente não é totalmente desapegado, porque existe um mínimo de escolhas diárias que temos que fazer, mas, de fato, a maior parte dos medos (sobretudo os que dizem respeito a segurança financeira) são imaginários.
    Ultimamente, ando pensando se vou me preocupar com a independência física tanto assim. Por enquanto, não me passa pela cabeça. Suponho que seja porque não tenho como controlar isso. E assim vou indo. Com barriga mesmo.

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  2. Também não quero controlar minha independência física, se quisesse não faria nada.
    Mas ela me faltando em algum possível presente é de meu direito não querer "brincar mais".

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