sexta-feira, 15 de maio de 2015

Hoje empobrecemos

Hoje o mundo ficou imensamente mais pobre.
Mr Riley Ben King faleceu aos 89 anos.

Ouvi BB a primeira vez num filme (Into the Nigth) em 1989.
Metaleiro convicto fiquei maravilhado logo na primeira audição. O mergulho no mundo do blues foi inevitável.
Nenhum roqueiro que se preze deve deixar de apreciar o blues. Ninguém o deveria deixar de fazê-lo.

BB foi a porta de entrada para um mundo de emoção e cultura que me fizeram mais humano.
A história da escravidão nos EUA, a segregação, o preconceito e a cultura afro-americana.
Com BB passei a compreender como apenas 12 compassos podem ter todo um colorido emocional.
Vieram com ele Robert Johnson, Buddy Guy, Muddy Waters, Bo Didley, Albert King, Jr Wells, Howlin' Wolf, John Lee Hooker, Leadbelly, Lonny Johnson, Elmore James, T-Bone Walker e tantos outros que também me enriqueceram.

Racional e bastante emocionalmente reprimido, somente duas obras me fizeram chorar apenas de ouvi-las: Pachelbel e BB.

Certa vez assisti a um show de BB há uns 2 metros apenas, lá no Bourbon Street. Não consigo descrever a imensidão de sua obra.

O livro "BB King, Corpo e Alma do Blues" é uma boa fonte de conhecer um pouco de sua vida.
O último documentário que assisti, The Life of Riley, também guarda sua qualidade e a imensa generosidade deste blues man e ser humano ímpar.

Senti que perdi um pedaço hoje.
Ficamos realmente mais pobres.



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