Hoje saiu uma notícia muito postada e transmitida pela net, a de um suicídio anunciado no Facebook.
Não vejo surpresa nesse tipo de acontecimento.
As amizades se tornaram utilitárias e as redes sociais só vieram para contribuir com essa superficialidade nos relacionamentos e no "show da vida".
Em sites como Orkut, Facebook e outros tantos, as vidas privadas se tornaram públicas, e qualquer ação dos 'autores' servem para um show qualquer, um pseudo espetáculo de "felicidades", a espetacularização da vida.
Não é à toa que o Big Brother e outros reality shows (todos devidamente roteirizados) já tenham tantas edições.
Em nossa sociedade completamente paradoxal e doentia todos tentam construir suas imagens deturpadas do mito do herói no intuito desesperado de virarem celebridades instantâneas, sendo ao mesmo tempo os espectadores, autores e protagonistas de um show, buscando, no fundo, somente satisfazer a si mesmas.
Os blogs, twitters e semelhantes entram nessa salada esquizofrênica.
Vejam os blogs por exemplo, também redes sociais com conteúdos em sua maioria desprezíveis, onde os autores se expiam aqui e ali em busca de serem 'conhecidos'.
Não, definitivamente não me excluo da lista dos blogs de conteúdo desprezível, mas me mantenho um john doe e tenho meus objetivos quase terapêuticos na coisa.
As redes sociais talvez sejam a coroação definitiva da ética protestante.
Uma vida de trabalho, produção e eficiência para a terra prometida: o sucesso - seja lá que catástrofe isso signifique.
Os produtivos não tem tempo para os amigos reais, e até as moradias se voltaram para esse modo de vida (vida?). Cubículos sobrepostos com cozinhas (locais tradicionalmente voltados ao bem receber) ínfimas, mas com muitas vagas para os novos totens da sociedade pós-moderna.
E ainda ouço coisas como "eu quase não fico em casa mesmo".
Como se isso fosse bom.
Nossos telejornais são meros veículos de espetacularização e venda de desgraças e pieguices, com seus apresentadores que interpretam a notícia com caras e bocas, onde o jornalismo de fato passou longe.
Não espere que seus oito mil "amigos" do Orkut sequer apareçam em seu enterro.
Perdemos os heróis e ganhamos as celebridades.
"Não acredito em honestidade sem acidez, sem dieta e sem úlcera." - Nelson Rodrigues
realmente, nenhuma das pessoas que iria ao meu enterro esta me seguindo no twitter. e vice-versa.
ResponderExcluirUát? Meus duzentos mil seguidores não irão ao meu enterro? Agora vou cortar os pulsos!
ResponderExcluir