Isabelle Stengers é química e filósofa. Escreveu alguns livros com ninguém menos que Ilya Prigogine.
Ela faz parte daquele grupo de Cientistas (com "C" maiúsculo mesmo) que não fazem da ciência uma religião e portanto reconhece e acha bom que a ciência tenha e sempre vá ter limitações, que o cientista é uma figura humana sempre repleta de vieses, que os alertas de Hume são sempre atuais, etc, etc, etc.
Ela descreve seu "No tempo das catástrofes" como uma intervenção e não um livro ou artigo, e explica porque.
Ressuscitando o termo Gaia de uma maneira muito mais racional e coerente que os hippies dos anos 70 e os "espiritualistas da nova era" (basicamente ele nomeia Gaia como aquele(a) algo que transcende o ser humano, portanto longe de uma "mãe provedora" ou outras maluquices "espiritualóides"), ela faz um breve 'chamado' à ação para uma catástrofe ambiental iminente ou até mesmo em curso.
Evidentemente que o capitalismo insano e seus 'não viventes' (como diria Zizek) estão no alvo da crítica, mas isso é tratado superficialmente. Sua urgência e seu alvo são os 'pensantes' e o que se pode ou poderia ser mobilizado.
Isso não é uma resenha. Acho que resenhas são sempre suspeitas. Leia, reflita e por que não, discuta com alguém (hábito que infelizmente está desaparecendo e virando sinônimo de bate boca de botequim, não pior, de facebook).
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