quinta-feira, 9 de março de 2017

Heidegger, en passant

Martin Heidegger, o grande filósofo do século XX que vivia como um camponês, dizia que os trabalhadores de comunidades rurais tem uma "compreensão instintiva" sobre sua própria humanidade e que os habitantes de grandes centros urbanos tendem a perder o contato com sua própria individualidade.
Forçados a se identificar por padrões de massa, sofrem fortes ansiedades, vivendo, nos termos de Heidegger, vidas "inautênticas".


"Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver tornado acessível com rapidez; quando se puder assistir em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no Oriente; quando tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como história, houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um desportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo; quando as cifras em milhões significarem triunfo, – então, justamente então — reviverão como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E agora? A decadência dos povos já terá ido tão longe, que quase não terão mais força de espírito para ver e avaliar a decadência simplesmente como… Decadência. Essa constatação nada tem a ver com pessimismo cultural, nem tampouco, com otimismo… O obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões, que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se tornado ridículas." – Martin Heidegger, (1889-1976), em Introdução à Metafísica







PS: sua ligação com o partido nazista durante a ascensão de Hitler não retira os méritos de sua filosofia, porém nos mostra mais uma vez que a ambição pessoal, xenofobia e confusões politicas podem tornar nebulosos os mais brilhantes cérebros.
Curiosamente Heidegger teve um affair com a filósofa judia Hanna Arendt... 

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