sábado, 5 de fevereiro de 2011

Lâmpadas, bobagens e alguém que enriquece

Há pouco tempo foi noticiado que as lâmpadas incandescentes teriam sua venda proibida.
Incrível a quantidade de lixo que circula na mídia e na boataria popular.
O primeiro absurdo da coisa é sermos cerceados da escolha, o que por si só deveria impedir esse tipo de arbitrariedade.

O segundo e derradeiro são os argumentos técnicos.
Como toda boa bobagem ecológica ou sustentável, ganha-se no varejo e perde-se de atacado.

As lâmpadas fluorescentes, resumindo, funcionam com excitação de um gás e além de possuirem, entre outras coisas, mercúrio em sua composição, necessitam de um reator eletrônico para funcionar.
As vantagens de sua utilização foram muito bem divulgadas em todas as mídias, mas por razões que não são inocentes, "esqueceram" de mencionar que apenas para ambientes que a utilizam por pelo menos 30 minutos (a FLC sugere 2,7 horas com apenas 1 (UMA) ligação por dia para manter as desejadas vantagens) elas seriam vantajosas.
Além dessa enorme desvantagem, posso citar também que deve-se ficar atento à perda de brilho ao longo de sua utilização e a emissão de UV.

As conhecidas e inocentes lâmpadas incandescentes funcionam pelo aquecimento de um filamento metálico, o que as faz ter um rendimento inferior (muita energia é perdida gerando calor e não luz), mas elas tem muito menos materiais altamente tóxicos, praticamente mantém seu brilho ao logo de toda a sua vida útil e, pricipalmente pra você meu caro ecochato, ela tem uma reciclagem muito mais fácil.

As fluorescentes tem um difícil e caro processo de reciclagem e necessitam de empresas especializadas para o fazerem, o que até onde eu saiba, não existem no Brasil.

O ideal é que você utilize as duas conforme a sua conveniência, não apenas porque somente desta maneira terá economia, mas também porque é seu direito ter escolha.

Espera-se que daqui há poucos anos, as lâmpadas de nanofibras estejam largamente à disposição do consumidor.
Construídas com LED (diodo emissor de luz) orgânico, consumirão pouco, terão fácil reciclagem e vida útil superior em quaisquer condições.

Enquanto isso não acontece (e na minha opinião mesmo que isso aconteça), defenda o seu direito e lute contra essa proibição ridícula que assim como a substituição das tomadas*, visam enriquecer uma meia dúzia de pessoas mais do que se prestam a benefícios comunitários.

E para reforçar que certas bobagens são, claro e redundatemente apenas bobagens, os cientistas do Sandia National Laboratories recentemente elevaram os atuais 5% de rendimento das lâmpadas incandescentes para 60%!!!

Outras empresas, com auxílio de um potente laser, alteram a rede do filamento de tungstênio para que a lâmpada incandescente gaste 40% menos energia! 

Quer mais uma?
O Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos, criou um filtro fotônico que aumenta a eficiência das lâmpadas incandescentes em nada menos do que 8 vezes!

Que o público é burro (ou a unanimidade com dizia Nelson Rodrigues) todos sabemos (o que torna esse parágrafo bastante ambíguo), mas que grande parte de nossos jornalistas deveriam estar enterrados a 207 palmos da superfície deveriam.


* Uma observação com relação à substituição das tomadas: as nossas antigas tomadas realmente eram abomináveis tecnicamente, mas o modo como elas foram escolhidas da margem a muita discussão.


6 comentários:

  1. Olá Coisa:
    Seria bom se você tivesse informado no início do seu texto, que a decisão sobre a retirada do mercado das lâmpadas incandescentes não será aplicada incondicionalmente. Nete site podemos encontrar esta importante observação:
    "Segundo técnicos do Ministério de Minas e Energia, se entre 30 de junho de 2012 e 30 de junho de 2016 não aparecer uma nova tecnologia que torne as lâmpadas incandescentes mais eficientes, esse produto será banido do mercado".
    E isto não é boataria. É notícia concreta.

    Você tem razão sobre as dificuldades maiores no processo de reciclagem das fluorescentes, quando comparamos com as incandescentes. E é por isso que eu me interessei, e gostaria de entender um pouco mais sobre as melhorias na eficiência das incandescentes, que você cita:

    "cientistas do Sandia National Laboratories recentemente elevaram os atuais 5% de rendimento das lâmpadas incandescentes para 60%"

    (Poderia me passar um link onde você leu? Procurei no site deles e não encontrei).

    "Outras empresas, com auxílio de um potente laser, alteram a rede do filamento de tungstênio para que a lâmpada incandescente gaste 40% menos energia"

    (Quais são estas outras empresas?)

    Com relação ao filtro fotônico, achei a notícia, e é de 2008. Muito interessante.

    Tomara que estas inovações se confirmem na prática até o prazo dado. Desta forma nem precisaremos lutar para defender o nosso direito de escolha, não é verdade?

    Abraço

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  2. Altamente informativo sensei!É, os ecologistas adoram uma viadagem. Há de haver(;b)interesses econômicos nessa nova novela pseudo-ecologica.

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  3. Olá Jairo.
    Não disse que a portaria é boataria. Boataria e avaliações superficiais são as que percorrem a imprensa e a net.
    Eu sou meio desorganizado com pesquisas, mas dá uma olhada aqui que tem várias coisas: http://www.inovacaotecnologica.com.br/index.php

    do Contra, ecologia e sustentabilidade além de marketing, é ideologia.

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  4. Ah, ecologia... essa nova caça às bruxas. Ótimo texto, seu Coisa. Odeio essas fluorescentes porque vão escurecendo com o uso rapidamente.

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  5. No inicio essas eletrônicas são uma maravilha, e o consumo reduz mesmo, depois diminui a luminosidade.

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  6. Charles, o problema é que a economia não deveria ser reduzida apenas ao consumo de eletricidade. O custo ambiental total não é calculado e o preço de cada unidade em uso cotidiano, ou seja, tendo que ser trocadas bem mais do que o marketing diz, a enonomia já não é compensadora.
    Além do mais, a economia de energia elétrica é de interesse governamental e eles pouco se importam com impacto ou custo ambiental.

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